25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1549-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

STREPTOCOCCUS AGALACTIAE ISOLADOS DE SERES HUMANOS E BOVINOS SÃO CAPAZES DE INFECTAR TILÁPIA DO NILO ( OREOCHROMIS NILOTICUS )

Ulisses Pereira (UFLA); Glaucia Mian (UFLA); Ivi Oliveira (UFRJ); Leslie Benchetrit (UFRJ); Geraldo Costa (UFLA); Henrique Figueiredo (UFLA)

Resumo

Na aqüicultura Streptococcus agalactiae (grupo B de Lancefield; GBS) é um patógeno emergente o qual tem sido associado a considerável morbidade e mortalidade em fazendas produtoras de peixes em todo o mundo. Poucos estudos foram realizados a respeito de potencias reservatórios da doença para peixes. O objetivo desse trabalho foi verificar se as amostras de S. agalactiae isoladas de seres humanos e bovinos são geneticamente distintas das isoladas de peixes e investigar  a virulência destes isolados em tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus). As amostras de peixes (n=27) foram isoladas de nove fazendas localizadas em seis estados brasileiros, as amostras de bovino (n=9) foram provenientes de nove propriedades produtoras de leite e as amostras de seres humanos (n=10) de isolamentos clínicos distintos. Os padrões de PFGE foram determinados por análise de dendograma e a virulência foi avaliada por infecção experimental (por via intraperitoneal e imersão) em tilápias do Nilo. Entre as amostras de peixes cinco padrões diferentes pelo PFGE foram observados incluindo a ocorrência de dois ou três padrões na mesma fazenda. Vinte e uma (77,8%) amostras isoladas de peixe demonstraram o mesmo padrão genético (padrão predominante). Foi observada uma elevada diversidade genética para as amostras de seres humanos e bovinos, mas não houve similaridade entre os padrões genéticos das amostras isoladas dos três hospedeiros. As amostras de S. agalactiae isoladas de peixes, independente do padrão genético, demonstraram elevada virulência para tilápia do Nilo nos ensaios de infecção experimental. Três amostras isoladas de bovinos foram capazes de infectar os peixes  sendo que duas dessas amostras resultaram sinais clínicos de meningoencefalite. Todas as cinco amostras de seres humanos utilizadas para a infecção experimental por via intraperitoneal foram capazes de infectar tilápias do Nilo e doença clínica foi causada por uma amostra. Esse isolado foi capaz de infectar e causar doença em tilápia do Nilo em infecção experimental por imersão. Em conclusão, algumas amostras isoladas de bovino e seres humanos foram capazes de infectar e causar meningoencefalite em peixes. Nós sugerimos que relação genética não é um pré requisito para S. agalactiae quebrar a barreira inter-espécie.                                                                                          

Apoio: FAPEMIG e CNPq

 


Palavras-chave:  Streptococcus agalactiae, PFGE, peixes, bovinos, seres humanos