DIVERSIDADE DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM SOLOS DE CAMPOS RUPESTRES, MINAS GERAIS

Fernanda de Carvalho (UFMG); Francisco Adriano de Souza (EMBRAPA milho/sorgo); Rosilaine Carrenho (UEM); Fatima Maria de Souza Moreira (UFLA); Geraldo Wilson Fernandes (UFMG)

A alta diversidade e endemismo da vegetação em campos rupestres têm sido explicados pelo mosaico de ambientes formados pela constituição e propriedades de diversos tipos de solos, relevo acidentado e variação microclimática. Embora possam ser detectados avanços no conhecimento de algumas áreas da biologia em campos rupestres nada se conhece da relevância dos microorganismos do solo e sua relação com a vegetação. Dentre as interações microrganismo-planta a simbiose com fungos micorrízicos arbusculares (FMA) está entre as mais bem estudadas, já que estes contribuem para a sustentabilidade dos ecossistemas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade destes fungos e tem como meta a melhor compreensão do funcionamento deste ecossistema. As amostras de solo foram coletadas no município de Santana do Riacho (MG) em setembro de 2006. As áreas de amostragem pertenciam a ecossistemas naturais de campos rupestres. Foram avaliadas 15 amostras, sendo estas retiradas na profundidade de 0 – 20 cm. De cada amostra retirou-se 50 ml de solo, previamente seco à temperatura ambiente, de onde foram extraídos os esporos dos FMA, associando as técnicas do peneiramento por via úmida e da centrifugação em sacarose. Posteriormente, estes foram agrupados morfologicamente e montados em lâminas contendo resina PVLG (álcool polivinil em lactoglicerol). Os esporos foram identificados ao nível de espécie e alguns somente por gênero, mediante observações em microscópio óptico. Foram identificadas 49 espécies de FMA.  O gênero Glomus apresentou o maior número de espécies, 19, seguido dos gêneros Acaulospora com 14, Scutellospora com nove, Gigaspora e Pacispora com duas e Ambispora, Kuklospora e Paraglomus com apenas uma. A presença de esporos de FMA indica a ocorrência desta associação simbiótica no ecossistema, e a elevada diversidade encontrada reforça a necessidade do conhecimento da diversidade biológica antes da antropização, a fim de encontrar possíveis relações de causa e efeito e proposição do uso destes organismos visando aumento da  produção vegetal e da sustentabilidade dos ecossistemas.