IDENTIFICAÇÃO DE GENES CRY1 EM ISOLADOS BRASILEIROS DE BACILLUS THURINGIENSIS E EFICIÊNCIA NO CONTROLE DE PRAGAS DA CULTURA ALGODOEIRA

Vivian Boter Bergamasco Bergamasco (UNESP); Janete Apparecida Desidério Sena Sena (UNESP); Manoel Victor Franco Lemos Lemos (UNESP)

O aumento da produção agrícola para atender à crescente demanda por alimentos tem impactos diretos sobre o agroecossistema, pois está ligado ao uso intenso de insumos químicos visando diminuir as perdas causadas principalmente pelos insetos-praga, como a Spodoptera frugiperda (Lepidoptera) e Anthonomus grandis (Coleoptera). O controle destas pragas da cultura algodoeira pode ser feito utilizando proteínas Cry de Bacillus thuringiensis e a identificação de genes cry em um isolado pode ser utilizada para predizer seu potencial ao biocontrole, bem como a sua especificidade. Para tal, objetivou-se analisar a atividade inseticida de isolados de B. thuringiensis frente a larvas neonatas de S. frugiperda e A. grandis comparados ao conteúdo de sete diferentes subclasses de gene cry1 identificadas por meio de PCR e correlacionar o conteúdo destes genes com a efetividade da proteína cristal sobre o controle destes insetos. Comparando-se os resultados, a determinação do conteúdo de genes cry1 nos isolados permitiu predizer a atividade inseticida dos mesmos. Os diversos níveis de mortalidade foram associados a oito diferentes combinações de genes cry1 identificados por PCR, devido a um possível sinergismo entre eles para a expressão de um maior nível de toxicidade das proteínas Cry. O gene cry1Ia (lepidóptero e coleóptero específico) esteve presente na maioria dos isolados e a presença do conjunto de genes cry1Aa, cry1B e cry1Ia em alguns dos isolados com maiores níveis de mortalidade a S. frugiperda e a A. grandis pode indicar uma interação sinérgica entre esses genes, de modo a formar proteínas com maior toxicidade às duas pragas. Os resultados obtidos fazem com que os isolados 157, 180 e 184, os mais efetivos tanto para A. grandis quanto para S. frugiperda, contendo o gene cry1Ia, sejam os mais promissores para o uso no combate a estas pragas. Apoio financeiro: FAPESP e CAPES.