25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1536-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PRESENÇA DO GENE MECA EM AMOSTRAS COLETADAS DAS NARINAS DE ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE

Ana Maria Torres (UEM); Lívia Renata Moreira (UEM); Leandro Parussolo (UEM); Lourdes Botelho Garcia (UEM); Celso Luiz Cardoso (UEM); Amanda Carina Cabral Coelho (UEM); Maria Cristina Bronharo Tognim (UEM)

Resumo

Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina (ORSA) é um importante patógeno associado a infecções hospitalares. Nos últimos anos, casos da infecção de ORSA foram relatados mais freqüentemente em indivíduos saudáveis da comunidade sem fatores de risco tradicional para a infecção de ORSA. Cepas comunitárias de ORSA (CA-ORSA) diferem das cepas de ORSA associados a hospitais (HA-ORSA) em termos epidemiologia, microbiologia e manifestações clínicas. Sabendo-se que o carreamento nasal de ORSA representa o principal fator de risco para a infecção subseqüente e transmissão deste patógeno presente estudo teve como objetivo verificar a freqüência de ORSA e presença do gene mecA em amostras nasais coletadas de 465 voluntários pertencentes a comunidade de estudantes dos cursos da área da saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Para o isolamento foram utilizados dois protocolos: 1) o plaqueamento do material coletado direto em agar manitol salgado, 2) um enriquecimento prévio com caldo contendo 7,5% de sal (NaCl) . De todos os isolados foram determinados o perfil de sensibilidade aos antibióticos pelo método de disco difusão e a concentração inibitória mínima (MIC) para oxacilina e a vancomicina e utilizando-se a metodologia de agar diluição. Para a detecçção do gene do mecA  foi utilizada a reação em cadeia da polimerase (PCR). A prevalência de S. aureus foi maior no sexo feminino 146/465 (31,4%) do que no sexo masculino (102/465). Com variação de idade entre 18 a 33 anos (média de 21 anos). A porcentagem do carreamento nasal de CA-ORSA foi de 3,01%. Em relação a concentração inibitória mínima para oxacilina os valores de MIC50 e MIC90 foram 0,5µg/ml e 1µg/ml respectivamente. Já para a vancomicina, entre os isolados sensíveis a oxacilina os MIC50 e MIC90 foram 1µg/ml e 2µg/ml respectivamente e entre os resistentes a oxacilina o MIC50 e MIC90 foi 2µg/ml. A presença do gene  mecA foi verificada em todas as amostras de S. aureus resistentes a oxacilina, inclusive em uma amostra com MIC de 2µg/ml para a oxacilina. Os resultados apresentados no presente estudo demonstram uma importante prevalência de ORSA em estudantes dos cursos de medicina, enfermagem, farmácia e odontologia. da UEM. As cepas de ORSA apresentaram MIC para vancomicina próximo ao ponto de corte de sensibilidade o que é uma preocupação em relação à terapêutica de possíveis infecções causadas por estas cepas. Baseado no fato de que o carreamento nasal de ORSA é de extrema importância para posterior infecção e transmissão deste patógeno, recomendamos que estudos como este seja realizados para melhor compreensão da epidemiologia e o controle deste importante microrganismo.


Palavras-chave:  Comunidade, Gene mecA, ORSA, Staphylococcus aureus