25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1525-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

EFEITO DO MDL28170, UM POTENTE INIBIDOR DE CALPAÍNAS, SOBRE A BIOLOGIA CELULAR DE CANDIDA ALBICANS

Carina de Pointis Marçal (IMPPG); Lys Adriana Braga Silva (IMPPG); Marta Helena Branquinha (IMPPG); André Luís Souza dos Santos (IMPPG)

Resumo

Candida albicans é uma levedura que faz parte da microbiota anfibiôntica do trato gastrointestinal, do canal vaginal e da cavidade oral. A candidíase, infecção causada por C. albicans, é uma doença oportunista que acomete principalmente pessoas imunocomprometidas. Um dos fatores de virulência envolvidos na patogênese de C. albicans é a expressão de aspártico peptidases secretadas (Saps) que ajudam a romper as barreiras teciduais, sendo importantes para os processos de adesão, disseminação, estabelecimento da infecção e nutrição do microrganismo. Apesar da importância desse patógeno na medicina ainda existem poucas opções de tratamento e a maioria das drogas utilizadas ou são muito tóxicas ou não funcionam devido à resistência fúngica. Nesse trabalho descrevemos a presença de uma proteína similar à calpaína em C. albicans e o efeito do inibidor MDL28170, um potente inibidor de calpaínas, sobre a biologia celular desse fungo. As calpaínas são cisteína peptidases neutras, que necessitam de Ca2+ para sua ativação, relacionadas a diversos processos biológicos. No entanto, a superexpressão de moléculas de calpaínas está relacionada com algumas doenças degenerativas como o mal de Alzheimer e a distrofia muscular de Duschenne. Células de C. albicans foram tratadas com o inibidor de calpaína MDL28170 nas concentrações finais de 3,125 a 50 µM por 20 horas, depois as células foram plaqueadas para contagem das unidades formadoras de colônias. Foi observada uma inibição de mais de 50% no crescimento celular na presença do inibidor na concentração de 50 µM. Para a detecção de uma proteína homóloga à calpaína em C. albicans, 106 células foram incubadas com anticorpos anti-calpaínas de diferentes organismos (Drosophila melanogaster, Trypanosoma brucei, lagosta e humano) e, em seguida, analisadas através de citometria de fluxo e microscopia de fluorescência. Observamos apenas a ligação de anticorpos anti-calpaína de D. melanogaster às células de C. albicans. Extratos celulares totais, de parede celular e de membrana, foram utilizados em ensaio de Western blotting para detecção de proteína homóloga à calpaína, sendo evidenciada uma proteína de aproximadamente 80 kDa apenas no extrato total das células. Novos testes serão realizados com o intuito de observar o efeito do MDL28170 sobre: a diferenciação de leveduras a tubos germinativos, a expressão de SAPs e a interação com células animais. Suporte financeiro: CNPq & FAPERJ.


Palavras-chave:  Calpaína, Candida albicans, Drosophila melanogaster, MDL28170