25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1524-1


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTES A PARTIR DE GLICEROL E RESÍDUOS OLEOSOS DE UMA INDÚSTRIA DE BIODIESEL POR LEVEDURAS ISOLADAS DE EFLUENTES DE UMA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS.

Vitor Domingues (UFMG); Andrea Monteiro (UFMG); Vera Lúcia dos Santos (UFMG); Ary Corrêa (UFMG)

Resumo

Biossurfactantes são moléculas com propriedades tensoativas produzidas por microrganismos e que podem ser utilizadas na indústria e em processos de biorremediação. Uma de suas vantagens em relação aos surfactantes sintéticos é que podem ser produzidos a partir de substratos renováveis que podem estar presentes em resíduos industriais. Sua larga utilização industrial é freada por seu alto custo de produção, que pode ser reduzido utilizando-se substratos de baixo custo, como resíduos de refinarias de Biodiesel. A possibilidade de uso destes resíduos ricos em óleos vegetais e glicerol na produção de biossurfactantes pode contribuir também para a redução do custo de produção deste combustível, por agregar valor aos resíduos e dar a eles disposição adequada. Este trabalho objetivou avaliar a capacidade de produção de biossurfactantes/bioemulsificantes pelas leveduras Geotrichum sp. CLA11., Trichosporon mycotoxinivorans CLOA50 e T. montevideense CLOA72 a partir de glicerol e de resíduos de uma refinaria de biodiesel. Ensaios foram realizados para monitorar o crescimento das leveduras em meio mineral (MM) acrescido das diferentes fontes de carbono a 10%, por meio da medida da densidade ótica a 600nm. Simultaneamente, mediu-se a atividade emulsificante do sobrenadante das culturas usando querosene como fase orgânica, as quais apresentaram correlação positiva com os dados de crescimento. Após 240h, a atividade surfactante foi avaliada através do método de diâmetro da gota proposto por Morita et al. (2007). Todas as leveduras avaliadas foram capazes de crescer no resíduo oleoso utilizado e em glicerol, sendo os maiores valores obtidos com o resíduo. Entretanto, quando cultivadas em MM + resíduo, apenas T. montevideense CLOA72 apresentou atividade emulsificante que chegou a 3,16% após 216 h; por outro lado, quando cultivadas meio MM + glicerol, todas as linhagens testadas produziram compostos com atividade emulsificante. Contudo, em meio MM contendo o resíduo a 2%, foi detectada atividade emulsificante de 8,33% na cultura de T. mycotoxinivorans CLOA50 após 168 h de incubação. Já a atividade surfactante foi maior no sobrenadante das leveduras cultivadas em resíduo, atingindo um aumento médio de 2,5mm em Geotrichum sp. CLA11 cultivada com este substrato, e não foi detectada no sobrenadante da levedura T. mycotoxinivorans CLOA50 cultivada em MM + glicerol.


Palavras-chave:  Biossurfactantes, Atividade Emulsificante, Leveduras, Resíduos, Glicerol