25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1507-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

COMPARAÇÃO DO PERFIL DE VIRULÊNCIA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES A METICILINA (MRSA) E DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS SENSÍVEIS A METICILINA (MSSA) ISOLADOS DE PACIENTES DE UM HOSPITAL DE ENSINO.

Marcus Vinicius Pimenta Rodrigues (FMB- UNESP); Camila Sena Martins de Souza (IBB-UNESP); Nathalia Bibiana Teixeira (IBB-UNESP); Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza (FMB- UNESP); Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha (IBB-UNESP)

Resumo

Staphylococcus aureus é um importante agente associado a diversas infecções hospitalares e comunitárias. A importância desse patógeno está inserida na combinação da virulência mediada por suas toxinas, seu caráter invasivo e seu perfil de resistência a antibióticos. No presente trabalho foi avaliado o perfil de virulência de 70 amostras de S. aureus isoladas de culturas de vigilância, hemoculturas e secreções provenientes de 64 pacientes internados no Hospital Estadual Bauru (HEB - UNESP). A caracterização das amostras MRSA foi avaliada através do Método de Difusão da Droga com disco de Oxacilina (1 µg) e Cefoxitina (30 µg) e pela detecção do gene mecA. O perfil de virulência foi avaliado através da detecção dos genes específicos para produção de enterotoxina A (sea), B (seb) e C (sec-1), toxina 1 da síndrome do choque tóxico (tst), leucocidina Panton Valentine (lukPV), hemolisina alfa (hla), hemolisina delta (hld) e produção de biofilme (icaA e icaD). Na avaliação do perfil de resistência foi encontrado 41 (58.5%) amostras de MRSA. Na distribuição dos genes de toxinas estafilocócicas (tst, sea, seb, sec-1) em amostras MRSA, 76.2% (n=28) apresentaram algum gene de toxina comparado com 52.2% (n=16) das MSSA. Através de uma análise univariada foi possível verificar que a presença dos gene sea [OD (odds ratio) 2,82 (0,97-8,67) – p 0,005] e o gene sec-1 [OD 2,71 (1,02-7,27) – p 0,04] são fatores de virulência significativos para amostras MRSA (nível de significância p≤0.05). A distribuição das hemolisinas demonstrou que todas as amostras MRSA e MSSA apresentaram os genes hla e hld. A maioria das amostras estudadas foram positivas para a presença dos genes para produção de biofilme, com 95.2% (n=39) nas MRSA e 100% nas MSSA. Através de uma análise univariada observou-se que a presença do gene icaD isoladamente [OD 5.65 (1,02-31,11) – p 0,04] foi um fator de virulência significativo para amostras MRSA (nível de significância p≤0.05). Em relação a presença do gene da leucocidina de Panton Valentine (lukPV), 3 amostras (4.3%) foram positivas, sendo 2 MRSA.Os resultados revelaram que todas as amostras MRSA apresentaram algum gene de virulência estudado e que essas amostras carreiam com maior freqüência genes de virulência quando comparadas às amostras MSSA. A identificação do perfil de resistência e virulência de amostras de S. aureus são fatores importantes na formulação de estratégias efetivas de prevenção, controle e tratamento de infecções hospitalares. Suporte Financeiro: FAPESP


Palavras-chave:  MRSA, MSSA, virulência, resistência