25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1505-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ESTUDO DE BASE POPULACIONAL DA INFECÇÃO POR CHLAMYDIA TRACHOMATIS EM ADOLESCENTES E JOVENS DO SEXO FEMININO NO MUNICÍPIO DE INHUMAS, GOIÁS.

Fernanda Alves de Brito E Cardoso (UFG); Yanna Andressa Ramos de Lima (UFG); Eleuse Machado de Britto Guimarães (UFG); Marília Dalva Turchi (UFG); Elenita Gomes Evangelista (Sec. Munic. de Saúde); Zulmirene Cardoso Fonseca (UFG); Nígela Rodrigues Carvalho (UFG); Maria de Fátima Costa Alves (UFG)

Resumo

Introdução: A infecção por Chlamydia trachomatis é a DST bacteriana mais prevalente no mundo e os adolescentes e jovens são os grupos mais atingidos. No Brasil, dados do Ministério da Saúde estimam que ocorram anualmente cerca de 2 milhões de novos casos da infecção na população sexualmente ativa. A maioria dos casos de infecção clamidial é assintomática em mulheres que podem apresentar complicações e seqüelas como a doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica e infertilidade. Em Goiás, os estudos sobre infecção por C. trachomatis restringiam-se à Goiânia e mostraram alta prevalência em adolescentes e jovens. Objetivos: Estimar a prevalência e identificar os fatores de risco para a infecção por C. trachomatis em adolescentes e jovens do sexo feminino, atendidas pelo Programa de Saúde da Família (PSF), no município de Inhumas, Goiás. Métodos: Estudo de prevalência em mulheres de 15 a 24 anos, sexualmente ativas e não grávidas. Amostragem aleatória de 4300 jovens cadastradas em 2008 no PSF em Inhumas. Estimativa da prevalência de 10% com precisão de 5% resultando em uma amostra de 322 jovens. A detecção de DNA de C. trachomatis foi feita em amostras de urina através de PCR. Foi realizada análise univariada tipo caso-controle. Resultados: Atenderam ao recrutamento 652 jovens, sendo 431 sexualmente ativas (66,0%).  A média de idade foi de 18,6 anos (dp=2,7), 76,6% eram solteiras e 46,0% iniciaram a vida sexual com idade ≤ 15 anos. Cerca de 80% relataram uso inconsistente de preservativo e 36,1% já haviam engravidado. Entre estas, 79,5% relataram gravidez entre 15 e 20 anos. Foram submetidas a PCR, 357 amostras de urina. Algumas jovens (74) não coletaram amostra por estarem menstruadas ou em uso de antibióticos. A prevalência de C. trachomatis foi de 8,7% (IC95% 6,1%-12,3%). A infecção foi mais freqüente entre as jovens que apresentaram dois ou mais parceiros sexuais durante a vida (p<0,04). No presente estudo, não houve diferença estatisticamente significante em relação ao estado civil e ao início precoce da primeira relação sexual (idade≤15 anos) entre as jovens com ou sem infecção. Conclusão: O estudo mostrou alta prevalência de infecção clamidial em jovens. A maioria das participantes referiu início precoce da vida sexual, com múltiplos parceiros em curto período e sem proteção, sinalizando para uma população vulnerável e de alto risco para DST.

 

Apoio Financeiro: MS/UNESCO

 


Palavras-chave:  Adolescentes e Jovens, Chlamydia trachomatis, PCR, Prevalência