25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1489-2


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

EFEITO CITOTÓXICO E INDUÇÃO DE APOPTOSE EM CÉLULAS ENDOTELIAIS HUMANAS POR ESTREPTOCOCOS DO GRUPO B

Michelle Hanthequeste Bittencourt Santos (UERJ); Marcelle Marcolino França (UERJ); Marcelo Aranha Gardel (IFF); Willian Douglas Santos (IFF); Maria Aparecida Pereira Tristão (IFF); Daiane Corrêa de Souza Souza (INCA); Teresa de Souza Fernandez (INCA); Prescilla Emy Nagao Ferreira (UERJ)

Resumo

Os Estreptococos do grupo B (EGB) são bactérias causadoras de pneumonia, septicemia e meningite em neonatos e adultos imunocomprometidos. A patogenia das infecções inclui a capacidade da bactéria em aderir e invadir células epiteliais e endoteliais, favorecendo a disseminação pela corrente sanguínea. Fatores de virulência têm sido descritos, incluindo a secreção de proteases capazes de danificar tecidos causando necrose e até apoptose. Neste estudo, investigamos a viabilidade das células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC) e a indução da apoptose após interação com EGB, bem como os efeitos citotóxicos das metaloproteases produzidas pelo EGB no endotélio. A viabilidade endotelial na interação com o EGB foi monitorada por azul de tripan, MTT e citometria de fluxo com anexina-V e iodeto de propídio. As alterações morfológicas das HUVEC foram observadas por microscopia de fluorescência através da marcação do núcleo com DAPI (4', 6 diamino -2 – fenil-indol). A interação com amostra de EGB levou a perda significativa da viabilidade endotelial pelo método de exclusão do azul de tripan. Análise por MTT constatou que o EGB induz efeitos citotóxicos nas HUVEC.  Estes efeitos citotóxicos foram inibidos após pré-incubação da bactéria com inibidores de metaloproteases: [o-phenanthroline] (PHEN), ethylenediaminetetraacetic acid (EDTA) e ethylene glycol-bis (ß-aminoethyl ether) (EGTA), sugerindo a participação da metaloprotease na perda da viabilidade endotelial. O sobrenadante de cultivo do EGB filtrado também promoveu efeito citotóxico no endotélio demonstrando que produtos secretados por este patógeno podem estar correlacionados com a perda da viabilidade endotelial. A marcação da HUVEC com anexina-V após interação com EGB sugere indução de apoptose. A interação das HUVEC com EGB promoveu alterações morfológicas com sinais positivos de apoptose observados através de microscopia, tais como: arredondamento celular, condensação do núcleo com contração celular e perda de contato com as células vizinhas. EGB íntegro ou sobrenadante de cultivo promoveram a perda de viabilidade celular do endotélio, e este efeito pôde ser revertido após o pré-tratamento com inibidores de metaloproteases, sugerindo a participação de proteases na morte celular induzida por EGB.

Apoio Financeiro: FAPERJ, CAPES, CNPq e SR2-UERJ


Palavras-chave:  Estreptococos do grupo B, Células endoteliais, Efeito citotóxico, Apoptose