25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1486-2


Área: Virologia ( Divisão P )

AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DO HPV 16 E HPV 18 EM TECIDO FRESCO DE CARCINOMA BUCAL POR PCR EM TEMPO REAL

Vanderlei José Ildefonso (UEMG); Marcelos Santos (UEMG); Helen Lima Del Puerto (ICB-UFMG); Fabiana Alves (EV-UFMG); Almir de Sousa Martins (ICB-UFMG)

Resumo

O câncer bucal representa um problema significativo de saúde com abrangência mundial. Sua incidência corresponde a até 5% de todos os tipos de cânceres, resultando em milhares de mortes. A mesma, é cerca de cinco vezes maior no homem e prevalece numa faixa etária entre 50 e 80 anos. Além da sua alta taxa de mortalidade, o câncer bucal deixa, frequentemente, deformações bucais e maxilofaciais, resultantes de tratamentos de radiação e cirurgias invasivas. Entre os vários fatores carcinogênicos, o HPV tem atraído muita atenção devido: (1) ser frequentemente encontrado em espécimes de câncer bucal e (2) ser o mais importante agente causador do câncer cervical humano. Vários estudos demonstram a prevalência de HPVs em lesões da cavidade bucal, principalmente, os subtipos 16 e 18. Embora o HPV56 seja considerado por alguns pesquisadores de alto risco para o desenvolvimento de neoplasias, ele parece só causar lesões anogenitais. Sendo assim, este trabalho visou desenvolver um protocolo de PCR em tempo real para a detecção de HPVs 16, 18 e 56 em tecido fresco de carcinoma bucal. As seqüências genômicas alvos para PCR foram selecionadas levando em consideração as regiões de maior homologia em cada grupo específico de HPV. Foram analisadas as regiões codificadoras para as proteínas E6 e E7, por serem oncogênicas e as regiões L1 e L2 de importância imunológica, por codificarem as proteínas do capsídio. O DNA foi extraído de 15 amostras de tecido fresco de carcinoma bucal, o DNA foi quantificado e submetido ao ensaio de PCR em tempo real. Nossos dados mostram uma prevalência de, aproximadamente, 65.0% para o HPV 16 e de 80.0% do HPV18. O método de PCR em Tempo Real possui um grande potencial para o desenvolvimento clínico e de pesquisa, entretanto é ainda uma metodologia incipiente com poucos trabalhos direcionados para o diagnóstico e a diferenciação dos diversos tipos de HPVs. Os dados apresentados no presente estudo abrem uma enorme perspectiva para mapeamentos epidemiológicos em amostras de arquivos e amostras clínicas juntamente com o protocolo aqui desenvolvido para extração de DNA genômico de amostras de tecido fresco, que apresentam desempenho rápido e sensível. Agradecimentos: FAPEMIG, CNPq, CAPES e FEP-MVZ.


Palavras-chave:  Prevalência, PCR em tempo real, HPV, Câncer de boca