BIOMASSA MICROBIANA DO SOLO DA CAATINGA COM CULTURA DE MAMONA

Felipe Jose Cury Fracetto (ESALQ); Brigitte Josefine Feigl (CENA)

Uma das principais oleaginosas eleitas pela Agência Nacional do Petróleo para produção de biodiesel é a mamona. Esta possui elevado teor de óleo, extraído pela prensagem das sementes, contendo 90% de ácido graxo ricinoléico, possibilitando ampla gama de utilização industrial. Sabe-se que os microorganismos exercem um papel fundamental no equilíbrio bioquímico do solo, tanto para a emissão de gases, quanto para o estoque de carbono (C) e nitrogênio (N), portanto, o objetivo deste trabalho foi determinar o Carbono e o Nitrogênio orgânicos da Biomassa Microbiana do solo (BMS) em função do tipo de plantio de mamona em solos ausentes de insumos agrícolas. A amostragem foi realizada no município de Lapão-BA e foram analisados C e N orgânicos da BMS da caatinga (testemunha), de mamona pura e de mamona consorciada com milho, pelo método da fumigação-extração nas profundidades 0-10 cm e 10-20 cm. A BMS de C foi maior para o tratamento de Caatinga, devido à ausência de perturbação no solo, e do maior aporte de matéria orgânica, com valor absoluto de 1200 kg ha^-1 e 950 kg ha^-1 na camada 0-10 cm e 10-20 cm respectivamente. Para o tratamento de mamona pura não houve variações significativas entre as camadas 0-10 cm e 10-20 cm, chegando a 500 kg ha^-1 e 450 kg ha^-1 respectivamente. Para o tratamento de mamona consorciada com milho também não houve diferença entre as camadas 0-10 cm e 10-20 cm com valores absolutos de 350 kg ha^-1 e 390 kg ha^-1, respectivamente. O valor da BMS de N mostrou-se inferior a de C para todos os tratamentos, ausente de diferença significativa entre as camadas, respeitando os maiores valores encontrados na caatinga de 200 kg ha^-1. No tratamento de mamona pura o valor foi de 90 kg ha^-1, superior ao da mamona consorciada com milho com 18 kg ha^-1. Com isso, pode-se concluir que a BMS de C e N é maior nos solos da caatinga em função do maior aporte de matéria orgânica, mostrando maior atividade decompositora neste tratamento e evidenciando a perda nos estoques de C e N dos solos dessa região quando cultivados sucessivamente sem práticas de manejo do solo conservacionistas. Para a mamona pura a quantidade de C-orgânico mostrou-se indiferente comparado a mamona consorciada com milho e invariável entre as camadas, contudo a quantidade de N-orgânico no tratamento de mamona pura foi significativamente superior ao de mamona consorciada com milho em ambas às camadas.