25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1450-2


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

EMULSIFICAÇÃO DE ÓLEOS DE SOJA E AUTOMOTIVOS PELO BIOSSURFACTANTE PRODUZIDO POR BACILLUS SUBTILIS

Renato Nallin Montagnolli (UNESP); Ederio Dino Bidoia (UNESP)

Resumo

A modificação das propriedades físico-químicas de contaminantes pode tornar o processo de biodegradação por microrganismo mais rápido e eficiente. Os biossurfactantes agem como tensoativos, e são produzidos por microrganismos para aumentar a acessibilidade de substratos hidrófobos às células, facilitando o desenvolvimento da microbiota existente e, consequentemente, aumentando a biodegradação. Eles são sintetizados por diversos microrganismos entre bactérias, fungos filamentosos e leveduras. O biossurfactante produzido por Bacillus subtilis, conhecido como surfactina é um exemplo deles. Foram feitos testes para verificar a ocorrência de crescimento do microrganismo em presença de derivados de petróleo dentro das condições ótimas (aerobiose, presença de hidrocarbonetos e temperatura constante), o que forneceu indícios da produção de biossurfactantes pela linhagem selecionada. Os experimentos em meio salino Bushnell-Haas ao qual foram adicionados como fontes de carbono óleo de soja ou óleo automotivo nas concentrações de 1% e 5%. O meio contendo sais e óleo foi previamente esterilizado. A este meio foi inoculado B. subtilis CCT 2576, colocado sob agitação e a 38ºC. Frascos controle (não inoculados) foram também introduzidos. Foram então retiradas amostras periodicamente no intervalo de 12 horas. Observou-se uma maior ocorrência de biomassa ao longo do tempo, sendo que a contagem de microrganismos foi maior nos ensaios com alta concentração de óleo. Somado a isso, as características físico-químicas foram visivelmente alteradas pelo biossurfactante, emulsificando os óleos, principalmente nos ensaios com concentração de 1%. A atividade surfactante foi quantificada pelo índice de emulsificação (E24), que determinou uma maior emulsificação dos óleos automotivos (41,1%) com o biossurfactante produzido quando comparada à do óleo vegetal (35,1%). Entretanto, a surfactina dos ensaios resultou em uma emulsificação menor à do detergente comercial Tween 80, que atingiu um índice de emulsificação de 43% a 49% para os óleos vegetais e lubrificantes respectivamente. Contudo, estas amostras permitem inferir sobre o potencial e a definição de metodologias otimizadas para determinação de produção de diferentes biossurfactantes por B. subtilis aplicáveis à biodegradação de tais óleos.

Agradecimentos: CNPq, UNESP


Palavras-chave:  biossurfactante, bacillus subtilis, surfactina, óleos vegetais, óleos lubrificantes automotivos