PRIMEIRO RELATO DE METALO-BETA-LACTAMASE IMP-16 EM PSEUDOMONAS PUTIDA E PSEUDOMONAS STUTZERI NO RIO DE JANEIRO.

Ana Paula D'alincourt Carvalho Assef (IOC / FIOCRUZ); Felipe Dinau Leal Passos (IOC / FIOCRUZ); André Ricardo Araujo da Silva (H. ProntoBaby); Lúcia Werneck (H. ProntoBaby); Maria José Souza (HSE); Caio Augusto Santos Rodrigues (HSE); Marisa Zenaide Ribeiro Gomes (IPEC / FIOCRUZ); Marise Dutra Asensi (IOC / FIOCRUZ)

Carbapenemas, imipenem e meropenem, são potentes agentes para o tratamento das infecções causadas por bacilos Gram negativos multirresistentes. Entretanto, concomitantemente ao seu maior emprego, têm sido observados índices crescentes de resistência a essas drogas. A produção de metalo-beta-lactamases (MBLs) tem sido descrita como um importante mecanismo de resistência aos carbapenemas entre bacilos Gram negativos não fermentadores. A disseminação de MBLs entre patógenos Gram-negativos tem importantes implicações clínicas e epidemiológicas sendo uma grande preocupação mundial. Neste estudo investigamos a presença da MBL em uma amostra de Pseudomonas stutzeri e uma de Pseudomonas putida isoladas de líquor e sangue, respectivamente, de pacientes internados em dois hospitais no Rio de Janeiro. A identificação das amostras foi realizada com o auxílio do sistema API20NE (bioMérieux) e confirmada através de sequenciamento do 16S rRNA. As concentrações inibitórias mínimas de ceftazidima, cefotaxima, imipenem, meropenem, gentamicina, amicacina and polimixina B foram determinadas através de E-test. As duas amostras foram resistentes a todos os beta-lactâmicos testados. A amostra de P. putida também apresentou resistência a aminoglicosideos permanecendo sensível apenas a polimixina B (MIC 1.5mg/mL). A amostra de P. stutzeri mostrou-se sensível a amicacina, gentamicina (MIC = 3mg/mL) e polimixina B (MIC 0.5mg/mL). A presença de MBL foi detectada pelo método de disco-aproximação com discos de ceftazidima e ácido 2-mercaptopropiônico. Através de PCR e sequenciamento foi detectado o gene bla_IMP-16 nas duas amostras. A primeira e única descrição da MBL IMP-16 foi em uma amostra de P. aeruginosa isolada em Brasília em 2002. Este é o primeiro relato de IMP-16 em P. stutzeri e P. putida no Rio de Janeiro.