AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO PETRÓLEO EM MANGUEZAL COM A UTILIZAÇÃO DE MICROEUCARIOTOS E TÉCNICAS MOLECULARES

Henrique Fragoso dos Santos (UFRJ); Juliano de Carvalho Cury (FIOCRUZ); Alberto D´avila (FIOCRUZ); Flávia Lima do Carmo (UFRJ); Alexandre Soares Rosado (UFRJ); Raquel Peixoto (UFRJ)

Os manguezais são ecossistemas costeiros que possuem diversas funções naturais de grande importância ecológica e econômica e que vêm sofrendo com a ação predatória humana, como derramamento de óleo e seus derivados. Atualmente, diversas técnicas vêm sendo utilizadas para detectar a presença de hidrocarbonetos de petróleo no ambiente e uma excelente ferramenta para auxiliar essa detecção é a utilização de bioindicadores. Diversos estudos vêm demonstrando a importância ambiental dos microeucariotos e sugerem que esses organismos podem ser úteis como bioindicadores de alterações ambientais. O objetivo desse trabalho é identificar microeucariotos como bioindicadores da presença de hidrocarbonetos através do uso de técnicas moleculares, contribuindo para o monitoramento de áreas contaminadas, de vazamentos de petróleo e como ferramenta auxiliar na identificação de potenciais reservas petrolíferas. Para este estudo foram construídos 60 microcosmos, que receberam, cada um, 600 g de sedimento de manguezal da Restinga de Marambaia, Rio de Janeiro, Brasil. Os microcosmos foram contaminados com 1%, 2% e 5% de óleo. As mudanças nos perfis das comunidades de microeucariotos antes e após a contaminação por petróleo foram avaliadas pela técnica de DGGE. Foram detectadas mudanças no perfil da comunidade de microeucariotos após a inoculação de óleo, principalmente nos microcosmos com maior percentual desse contaminante. As bandas presentes apenas na presença ou na ausência do contaminante foram cortadas, e serão seqüenciadas para a identificação de possíveis bioindicadores. Paralelamente, foi construída uma biblioteca de clones de microeucariotos do sedimento utilizado nos microcosmos, antes da contaminação por petróleo para avaliar a diversidade de microeucariotos nesse ecossistema. As seqüências obtidas estão sendo avaliadas. No presente momento, está sendo construída outra biblioteca, de amostras após a contaminação com o óleo, a qual definirá, juntamente com o DGGE, possíveis bioindicadores da presença de petróleo em manguezal, possibilitando um diagnóstico da presença deste contaminante de maneira mais rápida e eficiente.