25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1429-2


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

ATIVIDADE HEMOLÍTICA DE ESPÉCIES DO GÊNERO CANDIDA ISOLADAS DE INFECÇÕES SANGUÍNEAS.

Daniel Favero Favero (UEL); Emanuele Júlio Galvão de França França (UEL); Marcelo Tempesta de Oliveira Oliveira (UEL); Henrique Scremin Scremin (UEL); Luciana Furlaneto-maia Furlaneto-maia (UTFPR); Regina Mariuza Borsato Quesada Quesada (UEL); Márcia Cristina Furlaneto Furlaneto (UEL)

Resumo

Leveduras do gênero Candida, freqüentemente presentes em humanos, podem causar um amplo espectro de infecções. Embora a maioria dos estudos relativos a seus determinantes de virulência seja baseada em Candida albicans, diferenças têm sido constatadas quanto à presença e expressão destes entre as demais espécies. A habilidade de adquirir ferro, fundamental no estabelecimento de infecções, e a detecção de leveduras deste gênero estão freqüentemente associadas ao desenvolvimento de infecções sistêmicas. Como este íon não é encontrado livremente, muitos patógenos o adquirem a partir da hemoglobina. Contudo, pouco se conhece sobre a atividade hemolítica das diferentes espécies de Candida. Estudos mostraram que C. albicans secreta um fator hemolítico causando a lise de eritrócitos, e que outras espécies exibem habilidade de produzi-lo, embora não tenham detectado diferenças significativas em sua produção. Seus métodos de análise possuem um caráter predominantemente qualitativo. Desta forma, o presente estudo teve por objetivos analisar a atividade hemolítica de 32 isolados clínicos do gênero Candida provenientes de sangue, sendo 09 Candida parapsilosis, 10 C. albicans e 13 Candida tropicalis, bem como avaliar possíveis correlações entre as taxas de hemólise e a espécie produtora. Para tal, foram realizados ensaios empregando meio RPMI solidificado, suplementado com 3% de glicose e 7% de sangue de carneiro, e RPMI líquido adicionado de 108 eritrócitos humanos/mL. Os dados em placa evidenciaram que a maioria dos isolados de C. parapsilosis não apresentou atividade hemolítica (-), enquanto os de C. albicans atividade média (++) e C. tropicalis forte (+++). Em meio líquido, a análise da atividade hemolítica frente ao número celular permitiu a detecção de diferenças significativas entre as espécies, caracterizando a então denominada maior eficiência hemolítica de C. tropicalis, eficiência intermediária de C. albicans, e baixa de C. parapsilosis. Assim, nossos resultados além de evidenciar a promoção de hemólise pelos isolados, ainda permitiram identificar diferenças estatísticas entre as espécies quando analisada a atividade em meio líquido, uma metodologia mais precisa para a quantificação de hemólise. Tal perfil, corroborado pelos dados em placa, evidenciou pela primeira vez a existência de diferenças espécie-específicas na promoção de hemólise no gênero Candida.

 

Agradecimentos: Fundação Araucária-PR-Brasil, CNPq, CAPES e PROPPG/UEL.


Palavras-chave:  Candida, Atividade hemolítica, Hemólise, Fatores de virulência, Infecções sanguíneas