25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1429-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE EPISÓDIOS DE CANDIDÚRIA OCORRIDOS NOS ANOS DE 2006 E 2007 NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE LONDRINA-PARANÁ, BRASIL.

Marcelo Tempesta de Oliveira de Oliveira (UEL); Emanuele Júlio Galvão de França de França (UEL); Daniel Favero Favero (UEL); Juliana Frasnelli Rota Rota (UEL); Luciana Furlaneto-maia Furlaneto-maia (UTFPR); Regina Mariuza Borsato Quesada Quesada (UEL); Márcia Cristina Furlaneto Furlaneto (UEL)

Resumo

O significado clínico da presença de Candida na urina (candidúria) traz muitos dilemas e controvérsias quanto a sua interpretação e diagnóstico de infecção urinária. No presente estudo epidemiológico, analisamos 156 episódios de candidúria ocorridos entre 2006 e 2007 no Hospital Universitário de Londrina-Paraná, Brasil. Dados de prontuário referente a cada paciente também foram analisados. A cultura de urina quantitativa foi realizada conforme protocolos laboratoriais padrões, estimando-se desta maneira as unidades formadoras de colônias por mililitro de urina (UFC/mL). Os isolados fúngicos obtidos foram presuntivamente identificados em meio cromogênico CHROMagar Candida e posteriormente por PCR, com o emprego de oligonucleotídeos iniciadores espécie-específicos. Dos 156 pacientes com candidúria, 84 (54%) foram causadas por espécies não-albicans, dentre estas, destaca-se C. tropicalis, com um total de 55 casos. Entretanto, apesar das espécies não-albicans representarem mais da metade dos casos de candidúria, individualmente C. albicans foi a espécie mais isolada, responsável por 46% dos casos, seguido de C. tropicalis (35,5%) e C. glabrata (12%). A grande maioria dos episódios de candidúria (130 casos) foi proveniente de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTIs). Foram também observadas influências do sexo e idade do paciente sobre as espécies de Candida isoladas. Os principais fatores de riscos foram, além de pacientes provenientes de UTIs (83.5% do total), o uso de antibióticos (70%), nutrição parenteral (54%), cateter urinário (47,5%) e processo cirúrgico (42,5%). Os fatores de risco analisados demonstraram uma relação diretamente proporcional á contagem de UFC. Desta forma, quanto maior o número de fatores de risco pelo qual o paciente esta acometido, maior é a UFC/mL de urina, e vice-versa. Este aumento influencia também a espécie de Candida isolada, onde altas contagens e altos números de fatores de risco relacionam-se com o isolamento de espécies não-albicans. Nosso trabalho evidencia a íntima relação entre espécies de Candida/fatores de risco/UFC, de forma a restaurar a importância da contagem de UFC/mL de urina, tornando-a um fator de risco para o desenvolvimento de infecções por espécies não-albicans, e influenciando favoravelmente condutas clínicas preventivas, diagnósticas e terapêuticas para a candidúria.

Agradecimentos: Fundação Araucária-PR-Brasil, UGF-SETI-PR PROPPG/UEL e CAPES


Palavras-chave:  Candida, Candiduria, Epidemiologia, Infecção urinária