25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1425-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA COLONIZAÇÃO NASAL POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À OXACILINA E CORRELAÇÃO COM OS TIPOS DE SCCMEC

Fernanda Sampaio Cavalcante (UFRJ); Ricardo Pinto Schuenck (UFRJ); Simone Aranha Nóuer (UFRJ); Kátia Regina Netto Santos (UFRJ)

Resumo

Staphylococcus aureus apresenta grande importância em infecções humanas e responde por 23% das infecções hospitalares no Brasil. Pacientes colonizados contribuem para a dispersão do patógeno no ambiente ao seu redor. Cepas multirresistentes tem emergido como principal causa de infecções. O gene mecA, que codifica a resistência à oxacilina, está inserido em um cassete cromossômico mec de estafilococos (SCCmec), sendo descritos sete tipos. No Brasil, os mais comuns são os tipos III, associado a amostras de origem hospitalar e o tipo IV que, em geral, não carreia outros genes de resistência. Os objetivos deste estudo foram analisar amostras nasais de S. aureus oriundas de colonização nasal em pacientes do HUCFF quanto a resistência à oxacilina e tipos de SCCmec, relacionando estes resultados com a especialidade médica envolvida e a indicação de coleta. Foram avaliadas 210 amostras de swab nasal, isoladas entre out/05 e set/06. A susceptibilidade à oxacilina foi determinada pela difusão a partir do disco e confirmada pela triagem em agar com 6 µg/ml de oxacilina. O tipo de SCCmec foi determinado pela técnica de PCR multiplex. Foram identificadas 88 (42%) amostras de S. aureus resistentes a oxacilina (ORSA), sendo 37 (42%) carreadoras do SCCmec III e 42 (47,7%) do SCCmec IV. Pacientes internados na UTI, transferidos de outros hospitais e/ou com longa hospitalização apresentaram colonização tanto por amostras tipo III (48%) quanto por amostras tipo IV (46%) (p>0,05). Amostras tipo IV foram encontradas em todos os pacientes da Dermatologia, naqueles admitidos diretamente da comunidade e em 57% dos pacientes da hemodiálise, enquanto na Infectologia, a prevalência (60%) foi de amostras tipo III (p<0,05). Dentre os pacientes contactantes, 55% apresentaram o SCCmec IV, o que pode indicar a facilidade de transmissão de amostras com esse cassete. Três dessas amostras foram resistentes à mupirocina, antibiótico utilizado na descolonização nasal, tendo sido as amostras isoladas de indivíduos na mesma unidade e no mesmo período. Os resultados confirmam a coexistência de amostras ORSA tipos III (relacionadas com longa internação) e IV (associadas à comunidade) no ambiente hospitalar, assim como sua disseminação entre os pacientes.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, SCCmec, Portador nasal, mupirocina