Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A ) ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA COLONIZAÇÃO NASAL POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À OXACILINA E CORRELAÇÃO COM OS TIPOS DE SCCMEC
Fernanda Sampaio Cavalcante (UFRJ); Ricardo Pinto Schuenck (UFRJ); Simone Aranha Nóuer (UFRJ); Kátia Regina Netto Santos (UFRJ)
ResumoStaphylococcus aureus apresenta grande importância em infecções humanas e responde por
23% das infecções hospitalares no Brasil. Pacientes colonizados contribuem para
a dispersão do patógeno no ambiente ao seu redor. Cepas multirresistentes tem
emergido como principal causa de infecções.
O gene mecA, que codifica a
resistência à oxacilina, está inserido em um cassete cromossômico mec de estafilococos (SCCmec), sendo
descritos sete tipos. No Brasil, os mais comuns são os tipos III, associado a
amostras de origem hospitalar e o tipo IV que, em geral, não carreia outros
genes de resistência. Os objetivos deste estudo foram analisar amostras nasais
de S. aureus oriundas de colonização nasal
em pacientes do HUCFF quanto a resistência à oxacilina e tipos de SCCmec, relacionando estes resultados com a
especialidade médica envolvida e a indicação de coleta. Foram avaliadas 210
amostras de swab nasal, isoladas entre out/05 e set/06. A susceptibilidade à oxacilina
foi determinada pela difusão a partir do disco e confirmada pela triagem em
agar com 6 µg/ml de oxacilina. O tipo de SCCmec foi determinado pela técnica de PCR
multiplex. Foram identificadas 88 (42%) amostras de S. aureus resistentes a oxacilina (ORSA), sendo 37 (42%) carreadoras
do SCCmec III e 42 (47,7%) do SCCmec IV. Pacientes internados na UTI,
transferidos de outros hospitais e/ou com longa hospitalização apresentaram colonização
tanto por amostras tipo III (48%) quanto por amostras tipo IV (46%) (p>0,05). Amostras tipo IV foram encontradas em todos os pacientes da
Dermatologia, naqueles admitidos diretamente da comunidade e em 57% dos
pacientes da hemodiálise, enquanto na Infectologia, a prevalência (60%) foi de
amostras tipo III (p<0,05). Dentre os pacientes contactantes, 55%
apresentaram o SCCmec IV, o que pode
indicar a facilidade de transmissão de amostras com esse cassete. Três dessas
amostras foram resistentes à mupirocina, antibiótico utilizado na
descolonização nasal, tendo sido as amostras isoladas de indivíduos na mesma
unidade e no mesmo período. Os resultados confirmam a coexistência de amostras ORSA tipos
III (relacionadas com longa internação) e IV (associadas à comunidade) no
ambiente hospitalar, assim como sua disseminação entre os pacientes.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus, SCCmec, Portador nasal, mupirocina |