25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1418-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

MICROBIOTA BACTERIANA ISOLADA DE BIVALVES INCRUSTADOS EM COSTÕES ROCHOSOS LOCALIZADOS NO ARQUIPÉLAGO DE SANTANA, MACAÉ-RJ

Marcelo dos Santos Oliva (UFRRJ); Lidiane de Castro Soares (UFRRJ); Ingrid Annes Pereira (UFRRJ); Bruno Rocha Pribul (UFRRJ); Marco Antonio Soares de Souza (USS); Miliane Moreira Soares de Souza (UFRRJ)

Resumo

A mitilicultura é desenvolvida de maneira industrial e artesanal, beneficiando economicamente empresas de produtores e famílias de pescadores artesanais. Um dos principais problemas ambientais relacionados ao cultivo de mexilhões está na preservação dos bancos naturais destes organismos, os costões rochosos, uma vez que as sementes retiradas dos costões não são suficientes para suprir criações comerciais gerando, assim, uma pressão antrópica negativa sobre os ecossistemas naturais.

Os mexilhões são moluscos bivalves filtradores que se alimentam de microrganismos captados pela corrente de água e não apresentam capacidade seletiva de filtração do seu alimento, sendo o fitoplâncton e os detritos sua principal fonte de alimento. Manifestações extraintestinais como infecções cutâneas ou infecção de feridas em manipuladores de alimentos ou profissionais de sistemas de aqüicultura tem sido associada à presença de Vibrio spp. e enterobactérias. Este fato torna-se um risco potencial para a saúde humana, devido à retenção de microrganismos como bactérias, protozoários e vírus patogênicos, além de metais e outros compostos químicos tóxicos.

O interesse em realizar o presente estudo partiu da necessidade em caracterizar as espécies bacterianas associadas aos bivalves incrustados em costões rochosos e determinar sua importância em Saúde Pública, devido à exposição dos profissionais de aqüicultura durante o processo de retirada dos moluscos. 

Foram realizadas 3 coletas de mexilhões da espécie Perna perna no período de junho de 2007 a maio de 2008, no arquipélago de Santana, Macaé – RJ. O protocolo de isolamento e identificação de Vibrio spp. e Enterobactérias foi realizado de acordo com a literatura atual.

A partir das análises bacteriológicas das três coletas efetuadas, foi obtido um total de 51 colônias de Vibrio spp.  isoladas com prevalência da espécie V. damsela  (n=15), seguida de V. harveyi  (n=12), V. alginolyticus (n=08), V. fluvialis (n=04), Vibrio spp. (n=03), V. parahaemolyticus (n=03), V. anguillarum (n=02), V. vulnificus (n=02) e V. carchariae (n=01). Em relação as enterobactérias foi obtido um total de 20 colônias representadas por Escherichia coli (n=06), Proteus vulgaris (n=04), Hafnia alvei (n=02), Serratia marcenscens (n=02), Yersinia enterocolitica (n=02), Citrobacter diversus (n=01), Citrobacter freundii (n=01), Enterobacter cloaclae (n=01) e Enterobacter aerogens (n=01).

            O isolamento de bactérias potencialmente patogênicas em amostras de mexilhões reforça a importância epidemiológica associada ao surgimento de diarréia e infecções em feridas, particularmente em indivíduos que manipulam os mexilhões.


Palavras-chave:  microbiota bacteriana, bivalves, Vibrio spp., Enterobactérias, Costões Rochosos