25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1412-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS, PREVALÊNCIA DOS FATORES ASSOCIADOS A VIRULÊNCIA E PERFIL FILOGENÉTICO DE ISOLADOS DE ESCHERICHIA COLI PATOGÊNICA AVIÁRIA (APEC)

Nicolle Lima Barbieri (UFRGS); Letícia Beatriz Matter (UFRGS); Benito Guimarães de Brito (IPVDF); Fabiana Horn (UFRGS)

Resumo

Escherichia coli patogênicas aviárias (APEC) são a causa de doenças extra-intestinais em aves, denominadas colibacilose. A infecção normalmente inicia-se pelo trato respiratório superior, que evolui para a infecção de vários órgãos e pode culminar em septicemia, gerando grandes perdas econômicas.
Na avicultura, agentes antimicrobianos são utilizados na prevenção de infecções e na promoção do crescimento. Contudo, são cada vez maiores os índices de resistência das bactérias. A fim de analisar o perfil de susceptibilidade aos 15 agentes antimicrobianos selecionados, foram utilizadas 41 isolados de E. coli obtidos de infecções sistêmicas de frangos de corte do Rio Grande do Sul, utilizando o método de difusão com discos. Cepas de E. coli apresentaram uma alta percentagem de resistência aos antimicrobianos que atuam na parede celular (ampicilina, cefalotina, bacitracina e ceftiofur) e aos que estão no mercado há mais tempo (sulfonamidas e tetraciclina).
Os fatores de virulência mais frequentemente associados com a patogenicidade de APEC são as fímbrias de aderência F1 e Tsh (hemaglutinina sensível à temperatura), o sistema sideróforo aerobactina, a proteína iss (increased serum survival), a cápsula K e a produção de colicina V. A fim de se obter o perfil dos genes de virulência presentes nos isolados, foram realizadas reações da PCR multiplex para testar um total de 33 fatores. Fatores relacionados a adesão, sideróforos e resistência ao soro estão presentes em todos os isolados. Os fatores que apresentaram maior prevalência nas amostras foram fimC, crlA , mat e ompA.
A análise do perfil filogenético foi realizada pelo método ARDRA, que é baseado na  variação da região do espaçamento intergênico na região 16S-23S do DNA ribossômico. Essa região foi amplificada e seus produtos foram digeridos por enzimas de restrição (RsaI, HinfI ou TaqI). A análise do padrão de bandas por meio da geração de um dendrograma mostra a proximidade filogenética dos isolados.
Os resultados fornecem um panorama do perfil de resistência, prevalência de fatores associados à virulência e perfil filogenético. Essas análises servirão para o monitoramento e medidas preventivas contra a disseminação de APEC nos estágios iniciais da doença e a detecção de clones mais prevalentes na região estudada.


Palavras-chave:  APEC, colibacilose, Escherichia coli, Fatores de virulência, Suscetibilidade a antimicrobianos