25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1397-2


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

ATRIBUTOS MICROBIOLÓGICOS APÓS REVEGETAÇÃO DE SOLOS CONTAMINADOS POR ARSÊNIO

Jessé Valentim dos Santos (UFLA); Wesley de Melo Rangel (UFLA); Amanda Azarias Guimarães (UFLA); Paula Marcela Duque Jaramillo (UFLA); Márcia Rufini (UFLA); Leandro Marciano Marra (UFLA); Maryeimy Varon Lopez (UFLA); Michele Aparecida Pereira da Silva (UFLA); Cláudio Roberto Fonsêca Sousa Soares (UFLA); Fatima Maria de Souza Moreira (UFLA)

Resumo

O arsênio (As) encontra-se amplamente distribuído nos ambientes terrestres, no entanto diversas atividades humanas, dentre estas a mineração tem elevado seus teores para níveis tóxicos. No Brasil, fontes naturais de contaminação por As estão relacionadas a rochas em depósitos auríferos sulfetados, como ocorre no município de Paracatu em Minas Gerais. Diferentes técnicas têm sido utilizadas para amenizar os efeitos dos elementos-traço no solo, dentre as quais a substituição do solo contaminado, por solo não contaminado associada à fitorremediação a qual  consiste no uso de plantas e seus microrganismos associados. Os processos bioquímicos desempenhados pela microbiota edáfica são sensíveis a mudanças ambientais, sendo os atributos microbiológicos: carbono da biomassa (Cmic), respiração basal (RB) e induzida (RI), além do quociente metabólico (qCO2) utilizados como indicadores da qualidade do solo. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito da revegetação de solos contaminados por As, sobre diferentes atributos microbiológicos, em Paracatu-MG. Os atributos foram avaliados em amostras de solos de cinco ambientes: UFV [solo substituído+calcário+revegetação (Brachiaria sp. e Stizolobium sp.)]; UFVC [solo substituído+calcário+amenizante (argila)+revegetação (Acacia crassicarpa, A. holosericea, A. mangium, Sesbania virgata, Albizia lebbeck e Pseudosamanea guachapele)]; EST (mistura de solo, subsolo e rocha); B1 (solo subsuperficial) e RPPN (solo de Reserva Particular do Patrimônio Natural). O Cmic foi determinado pelo método da fumigação-extração, a RB pela captura do CO2 por solução de NaOH, após três dias de incubação, a RI semelhante à RB, porém com adição de glicose (0,5%) e o qCO2 pela razão RB/Cmic. O ambiente RPPN apresentou os valores mais elevados para RB (62,83 mg CO2 Kg-1 de solo) e RI (270,17 mg CO2 Kg-1 de solo), diferenciando significativamente dos demais ambientes. O elevado teor de As (573,39 mg Kg-1 de solo) no ambiente EST refletiu no baixo valor de seu Cmic (44,17 mg C g-1 de solo), este ambiente apresentou elevado valor de qCO2 (31,99 mg C-CO2 h-1 x103 mg Cmic g-1 solo). Os dois ambientes revegetados (UFV e UFVC) apresentaram valores de Cmic 1,49 e 2,94 vezes superiores, ao EST, respectivamente, indicando que a presença de vegetação promoveu melhores condições para atividades e processos microbianos.


Palavras-chave:  Elementos-traço, Biomassa microbiana, Fitorremediação, Respiração basal, quociente metabólico