25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1362-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

CORRELAÇÃO ENTRE OS GRUPOS FILOGENÉTICOS E OS PRINCIPAIS FATORES DE VIRULÊNCIA DE E. COLI PATOGÊNICA PARA AVES

Renata Katsuko Takayama Kobayashi (UEL); Graciele da Silva Thome (UEL); Amanda Fonseca Zangirolamo (UEL); Mariana Kotelak Rossi (UEL); Paula Signolfi Cyoia (UEL); Marilda Carlos Vidotto (UEL)

Resumo

Colibacilose aviária é uma infecção extraintestinal causada por Escherichia coli patogênica para aves (APEC), responsável por grandes prejuízos econômicos para a avicultura industrial, devido à elevada mortalidade, custos com medicamentos e condenação de carcaças. A patogenicidade das cepas de APEC está relacionada com a presença de múltiplos fatores de virulência, envolvidos na adesão bacteriana ao tecido do hospedeiro, resistência bacteriana às defesas imunológicas, produção de sistemas de captação de íons ferro, de hemolisinas e colicinas. Estes fatores de virulência também estão presentes em amostras de E. coli que causam infecções extraintestinais em humanos (ExPEC). Recentemente, 5 genes codificados por plasmídios foram identificados como sendo significantemente associados com APEC altamente patogênicas: iutA (aerobactina), hlyF (hemolisina), iss (resistência sérica), iroN (salmoquelina) e  ompT , os quais são úteis na diferenciação entre APEC e E. coli da microbiota normal. As APEC também tem sido classificadas nos grupos filogenéticos A, B1, B2 e D, pela presença dos genes chuA, yjaA e TSPE4.C2, por PCR. Neste trabalho foram detectados os grupos filogenéticos e sua correlação com os principais fatores de virulência das amostras de E. coli isoladas de aves com colibacilose na região de Londrina, Paraná. Das 185 amostras analisadas, 51 (28,2%) pertencem ao grupo A, 57 (30,8%) ao grupo B1, 48 (26,2%) ao grupo B2 e 29 (15,8%) ao grupo D. Os principais fatores de virulência foram: hlyF (73,7%), ompT (72,6%), iroN (72,6%),  iutA (67,2%), iss (40,9%), tsh (hemaglutinina sensível à temperatura) (41,5%) e cvaC (37,7%). As amostras de APEC estão distribuídas em todos os grupos filogenéticos, sendo a freqüência do grupo A mais elevada, assim como foi detectado em outros trabalhos. O grupo A apresentou a menor freqüência para os fatores hlyA (52%), iroN (50%), ompT (56%), iutA (40%), cvaC (20%), tsh (22%) e iss (22%). Já o grupo B1 apresentou uma alta freqüência para os fatores hlyA (73%), iroN (63%), ompT (66%), iutA (70%), cvaC (27%), tsh (50%) e iss (39%). Enquanto as amostras do grupo B2 apresentaram elevada frequência dos fatores de virulência hlyA e iroN (96%), ompT (92%), iutA (88 %), cvaC (77%), tsh (58%), e iss (50%). A maioria das amostras ExPEC pertencem ao grupo B2 e com menor freqüência ao grupo D; nas APEC foi encontrado considerável freqüência (26,2%) do grupo B2 e menor freqüência do grupo D. A presença de amostras do grupo B2 em APEC, com elevada freqüência de fatores de virulência também presentes em amostras ExPEC, alerta para o possível risco zoonótico, sendo transferidos diretamente de aves para humanos, ou atuando como reservatórios de genes de virulência de ExPEC.


Palavras-chave:  e. coli patogênica para aves, fatores de virulência, grupos filogenéticos