ISOLAMENTO DE RIZOBACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO EM TRÊS ESPÉCIES DE PLANTAS DE MANGUEZAL

Flávia Lima do Carmo (UFRJ); Henrique Fragoso dos Santos (UFRJ); Edir Martins Ferreira (UFRJ); Alexandre Soares Rosado (UFRJ); Raquel Silva Peixoto (UFRJ)

Bactérias que habitam a rizosfera podem estimular o desenvolvimento da planta através de diversos mecanismos, como produção de substâncias antimicrobianas contra fitopatógenos, fixação de nitrogênio atmosférico, solubilização de minerais, produção de sideróforos, e através da produção de reguladores de crescimento vegetal. Estas bactérias são denominadas rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (PGPR). Tendo em vista a importância destas rizobactérias no processo de fitorremediação, o presente trabalho teve como objetivo isolar bactérias degradadoras de óleo da rizosfera de três espécies de plantas de manguezal (Rizophora mangle, Laguncularia racemosa, Avicennia shaueriana) que também apresentem características de PGPR. Para isso, 65 colônias, morfologicamente diferentes, foram isoladas em meio BH acrescido de óleo como única fonte de carbono. Todas as estirpes isoladas foram submetidas a testes relacionados à promoção de crescimento, como: detecção do gene nifH, que codifica a enzima dinitrogenase redutase-1 que atua no processo de fixação biológica do nitrogênio, através de PCR; produção de substâncias antimicrobianas utilizando três estirpes indicadoras (Corynebacterium fimi, Staphylococcus aureus, Escherichia coli); produção de sideróforos, solubilização de fosfato. Das estirpes testadas 34% foram positivas para a presença do gene nifH, 15% apresentaram atividade antimicrobiana, 83% apresentaram produção de sideróforos, 49% foram consideradas solubilizadoras de fosfato, e em 37% foi detectada a produção de  hormônio AIA. Os resultados indicaram que entre as estirpes potencialmente degradadoras de petróleo isoladas, 38% possuem grande potencial para a promoção do crescimento de plantas, já que estas apresentaram pelo menos três características de PGPR, demonstrando assim uma promissora utilização destes isolados no processo de fitorremediação em manguezais. A avaliação do potencial de degradação de óleo pelas estirpes selecionadas está sendo realizada através de cromatografia gasosa. As estirpes mais promissoras serão identificadas através de seqüenciamento de DNA e testes bioquímicos.