25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1355-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

ANÁLISE DO PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIFÚNGICA DE CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE MELANINA

Amanda Latercia Tranches Dias (UNIFAL-MG); Cristiane Bigatti Pereira (UNIFAL-MG); Frank Lucarini Bueno (UNIFAL-MG); Antonio Martins de Siqueira (UNIFAL-MG)

Resumo

A criptococose é uma infecção fúngica oportunista causada por Cryptococcus neoformans. A incidência desta infecção entre os pacientes com AIDS está estimada em torno de 5 a 10% no Brasil e nos Estados Unidos. Apesar dos avanços no tratamento das infecções associadas ao HIV, a criptococose ainda é diagnosticada, em taxas elevadas, em regiões subdesenvolvidas do mundo como em algumas regiões da África e da Ásia. O estabelecimento e manutenção da criptococose estão relacionados, dentre outros, a diferentes fatores associados à virulência do fungo. Dentre estes fatores, a produção de melanina é considerada um dos principais e pode estar associada a interferências no perfil de sensibilidade antifúngica, à proteção contra o sistema imunológico do paciente (principalmente contra radicais derivados do oxigênio e fagocitose) e está envolvida na adaptação a condições de estresse ambiental. A relação entre o pigmento melanina e o perfil de sensibilidade de amostras de C. neoformans, aos antifúngicos fluconazol e anfotericina B,  foi avaliada através da metodologia de difusão em disco (M44A, CLSI, 2004) e em fita (Etest) (AB biodisk, Suécia). A adição de melanina na superfície do meio de cultura não alterou os resultados de sensibilidade ao fluconazol; no entanto, foi verificada diminuição do crescimento das amostras na presença de melanina. Para a anfotericina B, a adição de melanina não modificou o perfil de sensibilidade de C. neoformans, mas os valores de CIM mostraram um aumento de 40%, superior a 2 diluições, após 48h, em 90,9% das amostras estudadas, quando comparados aos testes realizados sem adição de melanina. As diferenças entre os valores de CIM para anfotericina B, na ausência e presença de melanina, foram estatisticamente significantes (p< 0,05). Estudos adicionais in vitro e correlações in vivo, com maior número de amostras clínicas e ambientais, são necessários para a confirmação da ação da melanina na resposta antifúngica de C. neoformans.

 

Palavras-chave: Cryptococcus neoformans, melanina, antifúngicos, virulência

 


Palavras-chave:  CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS, melanina, antifúngicos, virulência