25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1352-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

EFEITO DE INIBIDORES DERIVADOS DO ÁCIDO L-TARTÁRICO NA BIOLOGIA CELULAR DE CANDIDA ALBICANS

Lys Adriana Braga da Silva (IQ); Marjorie Moura de Araújo (IQ); Marcos Vinícios Toledo E Silva (IQ); Magaly Girão Albuquerque (IQ); Ricardo Bicca de Alencastro (IQ); José Celestino Barros Neto (IQ); Joaquim Fernando Mendes da Silva (IQ); Octávio Augusto Ceva Antunes (IQ); Andre Luis Souza dos Santos (IMPPG)

Resumo

Infecções causadas por Candida vêm aumentando ao longo das últimas décadas, principalmente em pessoas com o sistema imunológico debilitado, como pacientes com HIV/AIDS. Um fator de virulência crucial produzido por Candida albicans é a secreção de aspártico peptidases (Saps), que auxiliam o fungo na colonização e invasão do tecido hospedeiro. Inibidores de aspártico peptidases, utilizados na quimioterapia do HIV, são capazes de inibir processos biológicos vitais em C. albicans. No presente estudo foram testados oito compostos derivados do ácido L-tartárico, originalmente desenhados e sintetizados com o potencial de inibir a aspártico peptidase do HIV, na biologia celular de C. albicans. Nossos resultados mostraram que os oito compostos foram capazes de inibir de forma dose-dependente tanto o crescimento celular, observado pela contagem do número de unidades formadoras de colônias, quanto à atividade proteolítica secretada (SAP), mensurada através do uso de albumina como substrato protéico solúvel. A atividade antifúngica mais expressiva foi promovida pelos compostos P6 e P4OH e por esta razão os mesmos foram selecionados para os experimentos posteriores. P6 e P4OH reduziram de forma significativa: (i) a diferenciação de levedura para tubo germinativo, processo relevante na invasão celular; (ii) a formação de biofilme em placas de poliestireno e (iii) a expressão de esteróis de membrana, demonstrado por cromatografia de camada fina. Os inibidores promoveram ainda drásticas alterações na ultraestrutura celular, como o desprendimento de componentes de superfície. Estes compostos foram usados para estudos de modelagem molecular usando as enzimas Sap2 e Sap3. Os derivados P3, P4 e P9 apresentaram energia de complexação melhor com Sap3, enquanto o derivado P6 interagiu melhor com Sap2. Os resultados reportados neste estudo sugerem que os derivados do ácido L-tartárico interferem com processos essenciais à biologia celular e infectividade de C. albicans.

 

Suporte financeiro: CNPq, CAPES & FAPERJ.

 

 

 

 


Palavras-chave:  acido tartárico, aspártico protease, Candida albicans, inibodores, modelagem