25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1352-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

LOPINAVIR INIBE PROCESSOS VITAIS EM CANDIDA ALBICANS

Lys Adriana Braga da Silva (IQ); Inácio Domingos da Silva (IB); André Luis Souza dos Santos (IMPPG)

Resumo

Candida albicans é um fungo pleomórfico encontrado na flora normal gastrointestinal e genito-urinária humana. A secreção de aspártico peptidases (Saps) é um fator essencial no sucesso da infecção por este patógeno fúngico. As Saps participam da nutrição, adesão e invasão celular e da evasão da resposta imune do hospedeiro. A candidíase pode variar de infecções superficiais da mucosa a infecções sistêmicas acometendo diversos órgãos, que podem levar a morte. O tratamento da candidíase é complicado devido a uma redução na susceptibilidade e ao aparecimento de resistência aos antifúngicos utilizados na clínica médica e apenas um número reduzido de antifúngicos está disponível para o tratamento dessas infecções, tornando necessária à pesquisa de novos agentes terapêuticos. No presente estudo, o efeito do lopinavir, um inibidor de aspártico peptidase utilizado na quimioterapia anti-HIV, foi avaliado sobre múltiplos aspectos da biologia celular de C. albicans. Nossos resultados demonstraram que o lopinavir inibiu de forma significativa e dose-dependente a (i) atividade de aspártico peptidase secretada; (ii) proliferação celular; (iii) diferenciação de leveduras a tubo germinativo; (iv) formação de biofilme e (v) interação de C. albicans com células epiteliais. O tratamento das leveduras de C. albicans com lopinavir a 100 µM por 24 horas inibiu a expressão de glicoconjugados de superfície ricos em manose/glucose, produção de Saps e a síntese de esteróis de membrana, o que pode justificar a redução na capacidade adesiva de C. albicans. O lopinavir promoveu ainda modificações ultraestruturais marcantes em C. albicans, como alterações na rugosidade, desprendimento de componentes de superfície, deformação na arquitetura e rompimento celular. Coletivamente, estes resultados sugerem que o lopinavir foi capaz de interferir com processos vitais em C. albicans.

 

Suporte financeiro: CNPq, CAPES & FAPERJ.

 

 


Palavras-chave:  Candida albicans, Lopinavir, aspártico peptidase, glicoconjugaodos, ultraestrutura