25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1337-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

IDENTIFICAÇÃO DE ENTEROPATÓGENOS ISOLADOS DE CRIANÇAS DA CRECHE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.

Cláudia de Moura (UNICAMP); Maria Clara Fregolente (UNICAMP); Daniela Ferreira Domingos (UNICAMP); Mirtis Maria Giacianni Ferraz (UNICAMP); Erivaldo José da Silva (UNICAMP); Maria Silvia Viccari Gatti (UNICAMP); Domingos da Silva Leite (UNICAMP)

Resumo

A diarréia é uma das principais causas de mortalidade e morbidade de crianças entre 0 a 5 anos, principalmente nos países em desenvolvimento, com até 10 episódios/ano. Caracterizar os agentes etiológicos associados às gastroenteites em crianças nessa faixa etária tem, entre outras finalidades, estabelecer políticas de vigilância, tratamento e profilaxia. Embora a rotavirose seja a principal causa de diarréia infantil, patógenos bacterianos também estão associados ao processo diarréico, principalmente Escherichia coli. No presente trabalho o objetivo foi identificar a presença de rotavírus e caracterizar Escherichia coli diarreogênicas em fezes de crianças de 4 meses a 5 anos de idade, sem sinais e sintomas de gastroenterite da creche da Universidade Estadual de Campinas. Para a identificação de rotavírus utilizou-se a técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida. Para a caracterização das E. coli foi utilizada PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para a detecção dos genes vt1, vt2, eae, ipaH, elt-I, est-I e eaec. Foram coletadas 188 amostras de fezes, no período de fevereiro a julho de 2006. Rotavírus não foram detectados. Do total de amostras, 35 (18,6%) foram positivas para pelo menos um dos marcadores de E. coli diarreogênicas. Dezesseis amostras (48,8%) foram eae positivas, caracterizando a presença de E. coli do subgrupo enteropatogênica (EPEC); 13 amostras (39,3%) foram eaec positivas, portanto do subgrupo enteroagregativa (EAEC). Uma amostra foi positiva para o gene ipaH e foi classificada como enteroinvasora (EIEC), uma amostra foi positiva para os genes vt1 e vt2 , marcadores de E. coli verotoxigênica (VTEC) e uma amostra foi considerada enterotoxigênica (ETEC) por apresentar o gene elt-I. Em um isolado foram detectados genes tanto para o grupo EPEC como para o grupo EAEC. Na população estudada a identificação de E. coli com características diarreogênicas foi estatisticamente significante (p > 0,05), sendo que, a detecção de todos os subgrupos, principalmente EPEC e EAEC, em crianças sem sinais e sintomas de gastroenterite, indica infecções sub-clínicas. Logo, essas crianças podem ser fonte de infecção para surtos de gastroenterites em ambientes de centros de convivência infantil (creche). Métodos rápidos de diagnóstico desses patógenos podem ser importantes para a implantação de políticas de vigilância e prevenção nesses ambientes.


Palavras-chave:  enteropatógenos, Escherichia coli, rotavírus, crianças, creche