25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1332-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

DISTRIBUIÇÃO DE TUBIFERA (LICEALES, MYXOMYCETES) NO NORDESTE DO BRASIL

David Barreiro Nunes Lemos (U.F.PE); Wendell Medrado Teófilo da Silva (U.F.PE); Heber Santos da Cunha (U.F.PE); Laise de Holanda Cavalcanti (U.F.PE)

Resumo

O gênero Tubifera, pertencente à família Enteridiaceae, compreende seis espécies, quatro delas representadas no Nordeste do Brasil. Considerando a escassez de dados que revelem a biodiversidade de Myxomycetes em áreas neotropicais, objetivou-se (a) elaborar um mapa da distribuição das espécies desse gênero na Região Nordeste do país; (b) evidenciar associações com outros organismos; (c) determinar os níveis de conservação das coleções de representantes do gênero existentes em herbários nordestinos. Efetuou-se o levantamento de literatura e o inventário, com redeterminação de exsicatas, nos herbários IPA, UFP e URM, que juntos constituem a maior coleção de Enteridiaceae do Brasil. Foram também realizadas coletas em 10 fragmentos de Floresta Atlântica no Centro de Endemismo Pernambuco, no município de Sirinhaém, Pernambuco. Foi inventariado um total de 157 exsicatas, pertencentes às seguintes espécies: T. bombarda (Berk. & Br.) Martin (49), T. dimorphoteca Nann.-Bremek. & Loer. (10), T. ferruginosa (Batsch.) J.F. Gmel (10) e T. microsperma (Berk. & M.A. Curtis) Martin (87). Cerca de 50% das coleções analisadas mantêm integras estruturas de valor taxonômico, sendo consideradas desta forma em bom estado de conservação; apenas um espécime do Herbário UFP se encontrava em estado de conservação que não permitiu confirmar a identificação. O gênero está bem representado para o Nordeste, com 67% das espécies válidas, distribuídas em Floresta Atlântica, Caatinga arbórea e em áreas savanóides, nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. As espécies ocupam diferentes microhabitats que oferecem condições para desenvolvimento dos mixoflagelados e mixamebas. A esporulação ocorre predominantemente em troncos em decomposição (lignícolas), comportando-se também como foliícolas, associadas a briófitas, coleópteras, isópteras e mixomicetos. T. dimorphoteca está sendo referida pela primeira vez para o estado de Pernambuco, constituindo também o segundo registro da espécie para o Brasil.

Apoio: CAPES/CNPq.

 


Palavras-chave:  Enteridiaceae, Corologia, Slime Moulds, Floresta Atlântica, Savana