25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1329-3


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

BIODEGRADAÇÃO DE 2,4 DE DICLOROFENOL (DCP) E 2,4,6 TRICLOROFENOL (TCP) POR FUNGOS DO GÊNERO PLEUROTUS

 

Fabiano Garcia (UNIVILLE); Camila Carminatti Cherubini (UNIVILLE); Theodoro Marcel Wagner (UNIVILLE); Andrea Lima dos Santos Schneider (UNIVILLE); Sandra Aparecida Furlan (UNIVILLE)

Resumo

Por muito tempo os compostos organoclorados têm sido considerados como grandes responsáveis por problemas de contaminação ambiental, pois são, em geral, altamente tóxicos e de difícil degradação natural. A indústria de papel e celulose é uma das que mais contribuem ao processo de contaminação do meio ambiente por compostos organoclorados, sende estes provenientes das etapas de branqueamento da polpa. Fungos da classe dos basidiomicetos como Pleurotus têm-se se mostrado capazes de degradar diversos compostos tóxicos e recalcitrantes. Com base no exposto, este trabalho teve como objetivo, estudar a capacidade das espécies P.ostreatus e P. sajor caju em degradar 2,4 diclorofenol (2,4DCP) e 2,4,6 triclorofenol (2,4,6TCP), importantes poluentes encontrados nos resíduos da indústria de papel e celulose. Em ensaios preliminares conduzidos com ambos os microrganismos em frascos de Erlenmeyer (500 mL) contendo 100 mL de meio, o fungo P. ostreatus apresentou melhor desempenho em degradar estes organoclorados. Este microrganismo foi utilizado para a condução do processo em escala ampliada (bioreator de 5L com 4L de volume útil). Os organoclorados foram adicionados ao meio de cultivo na forma de pulso no 6º dia, nas concentrações de 30mg/L (15mg/L de 2,4-DCP e 15 mg/L de 2,4,6-TCP) e 225 mg/L  (112,5 mg/L de 2,4 DCP e 112,5 mg/L de 2,4,6 TCP), conforme o experimento. Foram testados dois valores para o coeficiente volumétrico inicial de transferência de oxigênio (KLa inicial ~ 15h-1 e 82h-1). Os  resultados mostraram que valores elevados de KLa inicial comprometem o crescimento micelial, provavelmente em decorrência do cisalhamento do micélio. Utilizando um KLa inicial de 13,4h-1 e uma concentração inicial de 225 mg/L dos organoclorados, P. ostreatus foi capaz de degradar praticamente 100% do 2,4 DCP e 2,4,6 TCP em 3 dias de cultivo após o pulso. A atividade de lacase obtida (157,2 U/mL), a partir dos pontos amostrados, ocorreu no 3º dia de cultivo e caiu a valores muito próximos de zero imediatamente após o pulso dos organoclorados (6ºdia). Testes realizados na presença e na ausência de luz revelaram que na presença de luz a degradação do 2,4 DCP e 2,4,6 TCP foi de 45,7% e 17,9% superior, respectivamente, àquela observada na ausência  de luz. Os resultados confirmam a capacidade de P. ostreatus em degradar os compostos fenólicos testados, porém a associação da oxidação fotoquímica com a ação do fungo torna o processo mais eficiente. Os testes de toxicidade mostraram que os meios provenientes do cultivo de P. ostreatus, tendo como substrato glicose e na presença dos organoclorados 2,4 DCP e 2,4,6 TCP, apresentaram efeito tóxico na concentração de 7,12%.


Palavras-chave:  Pleurotus, organoclorados, 2,4 diclorofenol, 2,4,6 triclorofenol