AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE BRINQUEDOS DA ENFERMARIA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO

Ana Paula de Souza da Silva (UFF); Helena Rodrigues Lopes (UFF)

No ambiente hospitalar, em especial na pediatria, a possibilidade de transmissão de infecções está relacionada não somente aos setores tradicionais da enfermaria, mas também à brinquedoteca, que é um lugar destinado para a recreação das crianças internadas na enfermaria pediátrica. Os brinquedos são manipulados e compartilhados por estas crianças, e podem servir como fonte de contaminação neste ambiente. Para diminuir o risco de infecção hospitalar, especial atenção deve ser direcionada não só em relação às práticas higiênicas dos profissionais de saúde, mas também na manipulação de objetos utilizados na unidade pediátrica. Este estudo teve como objetivo verificar a contaminação bacteriana na superfície dos brinquedos da enfermaria pediátrica do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) - Niterói/RJ, visando obter informações a respeito da possível presença de micro-organismos patogênicos e indicadores de condições higiênico-sanitárias, e ainda constatar a eficiência de um método de desinfecção. A metodologia utilizada foi a pesquisa de Staphylococcus aureus e coliformes na superfície de 20 brinquedos. O material foi coletado por fricção de toda a superfície com swab estéril umedecido em solução salina estéril. Após a coleta os brinquedos eram desinfetados com álcool 70%, e nova amostra era coletada. Após 48 horas uma terceira amostra do mesmo brinquedo era coletada. No laboratório era realizada a análise microbiológica através de metodologia padrão para a pesquisa de S.aureus e coliformes. Como resultado, na análise inicial S.aureus foi isolado em 9 dos 20 brinquedos, estafilococos coagulase negativo (ECN) em dez e dois brinquedos apresentavam coliformes. A limpeza com álcool 70% reduziu drasticamente a contaminação dos brinquedos. Passadas 48 horas após a desinfecção, S.aureus foram isolados em quatro brinquedos, e coliformes em dois deles. ECN foram novamente isolados em 10 brinquedos. Os resultados alertam para a presença de micro-organismos potencialmente patogênicos e indicadores de más condições higiênico-sanitárias nos brinquedos avaliados, apontando a necessidade de conscientização dos profissionais e adoção de procedimentos mais eficientes e constantes para a desinfecção adequada, o que pode servir como barreira a uma possível veiculação de micro-organismos na brinquedoteca hospitalar.