25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1327-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA E ANTI-HELMÍNTICA DE EXTRATOS DE PLANTAS DA AMAZÔNIA.

Luciana Gutterres de Azevedo (UFRGS); Cecilia Veronica Nunez (INPA); Henrique Bunselmeyer Ferreira (UFRGS); Marilene Henning Vainstein (UFRGS)

Resumo

Diversos produtos naturais de plantas são conhecidos por suas atividades antifúngicas, anti-helmíntica, antibacteriana, antitumoral e entre outras. A floresta amazônica possui uma alta diversidade de espécies de plantas, portanto possui um grande potencial para descoberta de novas substâncias farmacológicas. Cryptococcus neoformans é uma levedura basidiomicética e patogênica que provoca uma doença invasiva e potencialmente fatal principalmente em indivíduos imunocomprometidos. O parasita Mesocestoides corti, mesmo não sendo considerada de interesse médico, serve de modelo para o estudo de parasitos de maior relevância em saúde pública, como, por exemplo, Taenia solium e Echinococcus multilocularis. Tendo em vista a necessidade de novas drogas para o tratamento de patologias humanas e/ou de animais domésticos causadas por helmintos ou fungos, o objetivo deste trabalho é realizar a triagem de extratos de plantas da Amazônia em busca de compostos com atividades anti-helmíntica e antifúngica e caracterizar o mecanismo de ação dos compostos ativos. Quarenta e sete extratos já foram testados contra o M. corti e espécies Cryptococcus e para a avaliação dos resultados foram realizadas observações de alterações na mobilidade e morfologia dos tetratirídeos e determinação da concentração mínima inibitória (CMI) dos extratos, respectivamente. Para acessar o efeito do extrato ativo sobre a cápsula e a parede celular de linhagens de C. neoformans e C. gattii , utilizamos a coloração com nanquim e calcofluor white respectivamente, avaliação da morfologia por microscopia e registro por captura de imagens digitalizadas. Apenas dois extratos das plantas Minquartia guianensis (MG) e Campsiandra comosa (CC) foram ativos contra espécies Cryptococcus, sendo que a CMI do extrato MG variou de 0,97 – 7,81 µg/mL e do extrato CC variou de 1,95 – 15,69 µg/mL entre as linhagens. Nos resultados da microscopia nenhuma ação do extrato MG foi observada sobre a morfologia da cápsula ou parede celular. Os extratos avaliados não demonstraram qualquer atividade tóxica para tetratirídeos em relação ao controle negativo. Estes resultados indicam uma alta atividade antifúngica para dois dos extratos de plantas, considerando que se tratam de extratos brutos. Estes dados permitem a continuidade da investigação da ação farmacológica dos extratos ativos e a busca por outros extratos ativos.

Apoio/Suporte Financeiro: CNPq


Palavras-chave:  Cryptococcus sp., atividade antifúngica, plantas da Amazônia