25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1325-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

ISOLAMENTO DE BACILOS GRAM-NEGATIVOSPATOÊNICOS DE REATORES ANAERÓBIOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUA RESIDUÁRIA DA SUINOCULTURA

Clarisse Maximo Arpini (DBI/UFLA); Fabrício Moterani (DEG/UFLA); Júlia Ferreira da Silva (DEG/UFLA); Carlos Milton Montenegro Campos (DEG/UFLA)

Resumo

O RAC (reator anaeróbio compartimentado) e o UASB (reator anaeróbio de manta de lodo) são sistemas de tratamento de efluentes que utilizam biomassa dispersa. Este estudo objetivou identificar a microbiota bacteriana patogênica presente nos reatores RAC e UASB, com volumes de 6,1 e 3,2 m3, respectivamente, funcionando em série e em escala piloto, no tratamento de efluentes da suinocultura. As amostras do lodo dos reatores foram inoculadas em ágar EMB (Eosin Methylene Blue), e ágar Cetrimida e incubadas a 28°C por 24 horas. Foram realizadas coloração de Gram, testes de catalase, oxidase e Bactray®. Para as amostras do afluente e do efluente dos reatores foram realizadas análises de coliformes em tubos múltiplos e também físico-químicas (DBO5 nitrogênio, fósforo, pH e temperatura). Ao final do tratamento nos reatores a eficiência na remoção da DBO5 foi de 87%. O tempo de detenção hidráulica foi de 19 e 12 dias para o RAC e UASB, respectivamente. Os valores iniciais de nitrogênio foram de 67,5 e 65,91 mg L-1, e de fósforo de 2,17 e 2,05 mg L-1 para o RAC e UASB, respectivamente. Os valores finais foram de 65,91 e 71,96 mg L-1 de nitrogênio e 2,05 e 1,49 mg L-1 de fósforo para os reatores RAC e UASB, respectivamente. A temperatura média do lodo e do efluente foi de 20ºC e o pH médio foi de 7,5 para os dois reatores. A carga orgânica biológica foi de 2,42 e 0,56 kgDBO kgSVT d-1 para o RAC e o UASB, respectivamente. No reator UASB foram identificados Escherichia coli e Escherchia fergusonii (patógenos alimentares) e Burkholderia cepacia (fitopatógeno) e, no RAC, E. coli. Na análise por tubos múltiplos encontrou-se 0,3x108 e 0,4x106 NMP ml-1 de coliformes fecais no afluente e efluente do RAC, respectivamente e, 0,7x106 NMP ml-1 no efluente do UASB. Concluiu-se que nos reatores anaeróbios para o tratamento de águas residuárias da suinocultura, podem ser encontradas bactérias facultativas que podem influenciar na estabilidade da microbiota responsável pela degradação da matéria orgânica e produção de metano. A B. cepacia, por exemplo, pode utilizar o NO2- e NO3- como aceptores de elétrons, produzindo substâncias tóxicas como: NO, ONOO-, HNO2, que podem afetar outros grupos de microrganismos. Os reatores conseguiram reduzir significativamente a quantidade de enterobactérias presentes no sistema.

 

Apoio financeiro: FAPEMIG, CAPES e CNPQ


Palavras-chave:  Bacilos Gram-negativos, Reatores anaeróbios, Suinocultura, Tratamento de efluentes