25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1316-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

ESTUDO COMPARATIVO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO ENTRE A CEFOVECINA SÓDICA E OS ANTIBIÓTICOS MAIS UTILIZADOS EM INFECÇÕES URINÁRIAS DE CÃES

Daniela Karina Souza (LABORLIFE); Luciana Claudia Vieira de Andrade (LABORLIFE); Priscila Fernandes do Amaral (LABORLIFE)

Resumo

A infecção do trato urinário (UTI) bacteriana em cães corresponde a uma das mais freqüentes afecções do sistema urinário. A ocorrência de bacteremia secundária e seqüelas renais podem ser evitadas pelo diagnóstico precoce através da urocultura e teste de sensibilidade antimicrobiana (TSA). A resistência dos uropatógenos aos antimicrobianos dificulta a terapêutica dos cães e se torna um problema público de saúde uma vez que esses patógenos possam ser zoonóticos. Neste estudo, foram realizadas 8O uroculturas e TSAs da urina de cães com cistite. O TSA foi realizado pelo método de difusão em disco, de acordo com as normas do CLSI. As bactérias mais encontradas nas culturas foram E. coli, Staphylococcus spp, Proteus spp, Klebsiella spp, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus spp e Enterococcus spp. A fim de avaliar a eficácia da cefovecina (CEF) entre os antibióticos mais utilizados na veterinária, o trabalho foi dividido em três grupos; I – avaliação da sensibilidade da CEF em relação aos outros antibióticos; II – avaliação da sensibilidade da CEF entre os outros antibióticos, quanto às bactérias mais resistentes nesse estudo (resistência a sete ou mais antibióticos); III – correlação da sensibilidade das bactérias aos antibióticos testados. No grupo I, 78,75% das bactérias apresentaram sensibilidade a CEF e quando comparada aos 13 antibióticos testados, a CEF apresentou sensibilidade maior que os demais, exceto para imipenem. No grupo II  41,2% das bactérias foram resistentes. Os antibióticos mais suscetíveis nesse grupo foram imipenem (IPM), amoxicilina com clavulanato (AMC) e gentamicina (GEN), os outros apresentaram sensibilidade menor que 50%, assim como CEF. No grupo III, estão os antibióticos que tiveram mais de 70% das bactérias sensíveis a estes. As bactérias E. coli, Staphylococcus spp, Proteus spp e Klebsiella spp foram mais susceptíveis a IPM, AMC, AMI, CIP, CEP, CPM, GEN e NOR. Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus spp e Enterococcus spp só foram sensíveis a IPM, AMC e AMI, e só Pseudomonas aeruginosa a CPM. Através dos resultados observamos que tanto  IPM ou CEF pode ser uma excelente alternativa de tratamento. Porém, além do tratamento ser caro, eles são antibióticos de última geração e só devem ser administrados em extrema necessidade, já que os antibióticos usados na rotina veterinária, de forma geral, ainda são sensíveis as bactérias mais comuns das UTIs. Concluímos também a presença de resistência bacteriana,  que nesse caso, só foi sensíveis a dois antibióticos. Daí a importância de realizar cultura e TSA antes de prescrever o antibiótico mais adequado para cada bactéria e ainda não contribuir com o processo de resistência bacteriana que já está comumente observado na veterinária.


Palavras-chave:  ATIVIDADE ANTIMICROBIANA, IN VITRO, CEFOVECINA SÓDICA, INFECÇÕES URINÁRIAS, CÃES