CONDIÇÕES DE CULTIVO (MEIO DE CULTURA E PH) PARA O CRESCIMENTO DE RHIZOBIUM TROPICI
Michele Aparecida Pereira da Silva (UFLA); Ligiane Aparecida Florentino (UFLA); Adriana Silva Lima (UFCG); Paulo Ademar Avelar Ferreira (UFLA); Sílvia Maria de Oliveira (UFLA); Fatima Maria de Souza Moreira (UFLA)
Resumo
O pH do solo é um fator que afeta diretamente o crescimento da comunidade microbiana paralelamente às condições nutricionais que este apresenta. Estes fatores, na maioria dos solos tropicais, são limitantes para estirpes de rizóbio utilizadas como inoculantes e interferem diretamente nos processos metabólicos de bactérias diazotróficas. O uso de inoculantes com estirpes adaptadas às condições que as mesmas forem submetidas pode ser uma alternativa para garantir a sobrevivência e o desempenho destes microrganismos no sistema edáfico, uma vez que a maioria dos inoculantes são produzidos em pH neutro não levando em consideração a procedência da bactéria e nem mesmo as condições a que serão submetidas no campo. Este trabalho teve por objetivo testar diferentes valores de pH (5,0, 6,0 e 6,9) no crescimento de Rhizobium tropici (CIAT 899) em dois meios de cultivo : YM (Yeast Mannitol) e LO (Lactate medium).. Colônias isoladas destas estirpes foram obtidas de meio sólido e inoculadas em erlenmeyers de 100 mL contendo 50 mL dos meios YM e LO. Após agitação constante, a cada 24 horas, 1 mL foi retirado para a contagem de unidades formadoras de colônia (UFC.mL-1) e 5 mL para a análise turbidimétrica. A CIAT 899 em ambos meios de cultivo revelou-se mais adaptada a pH mais ácidos (pH 5,0). Rhizobium tropici é considerada geneticamente estável e tolerante a estresses sendo adaptada a condições de solos tropicais justamente por possuir uma membrana que se comporta hidrofobicamente em pH mais baixos. Microrganismos quando expostos a condições de estresses têm desenvolvido mecanismos para o monitoramento do ambiente e alteração da expressão gênica, como por exemplo, a atividade de enzimas e transportes de proteínas para adaptação a estes locais. Trabalhos demonstram que pelo menos 15 a 20 genes estão envolvidos na tolerância a acidez para esta estirpe e foram corroborados pelos resultados obtidos neste trabalho. Conhecer as condições que favorecem o crescimento destas estirpes garante o sucesso na tecnologia de inoculação.