25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1298-2


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

FUNGOS TOXIGÊNICOS EM CASTANHA DO BRASIL

Thaiane Ortolan Calderari (ITAL); Beatriz Thie Iamanaka (ITAL); Larissa Souza Ferranti (ITAL); Marta Hiromi Taniwaki (ITAL)

Resumo

A castanha do Brasil (Bertholletia excelsa), é uma das mais importantes espécies de exploração extrativa da floresta Amazônica. No entanto, o baixo nível tecnológico característico de sua cadeia produtiva considerada ainda extrativista e as condições inadequadas de manejo da matéria prima, favorecem o aparecimento de pontos de contaminação por fungos produtores de aflatoxinas, compostos tóxicos considerados cancerígenos para humanos. Nestas condições, o presente trabalho teve por objetivo investigar a incidência dos fungos em castanhas do Brasil e avaliar o potencial toxigênico dos isolados da seção Flavi para a produção de aflatoxinas. As amostras foram descascadas e cortadas em pequenos pedaços e, em seguida, desinfectadas superficialmente com solução de hipoclorito de sódio 0,4%. Foi plaqueado um total de 50 pedaços em meio Dicloran 18% Glicerol Ágar e as placas incubadas e 25ºC por 5 dias. Os resultados foram expressos em porcentagem de infecção fúngica. Os isolados suspeitos foram purificados em Ágar Extrato de Malte a 25ºC/5 dias e, em seguida, isolados em meio Czapek Extrato de Levedura Ágar para a identificação das espécies. Para a análise do potencial toxigênico, todos os isolados da seção Flavi foram inoculados em meio Extrato de Levedura 20% Sacarose Ágar e mantidos a 25ºC/7 dias. As toxinas foram extraídas através da técnica do ágar plug, utilizando cromatografia de camada delgada sob luz ultravioleta. Até o momento 20 amostras de castanhas do Brasil provenientes do estado do Amazonas (7), Pará (8) e de estabelecimentos comerciais da região de Campinas (5) foram analisadas. Um total de 48 espécies da seção Flavi foram isolados e 48% foram positivos para produção de aflatoxinas. A média de infecção por essas espécies foi de 19%, 2% e 4% para as amostras do Amazonas, Pará e Campinas respectivamente, com valores variando entre 0 e 56%. Do total de cepas isoladas, 42% foram identificadas como Aspergillus flavus e 55% foram produtoras de aflatoxinas. As demais espécies (28 isolados) estão sendo identificadas por técnicas moleculares. Novas amostras estão sendo analisadas e os resultados serão compilados e apresentados no congresso.


Palavras-chave:  aflatoxinas, castanha do Brasil, fungos