25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1296-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DA RELAÇÃO GENÉTICA DE AMOSTRAS DE ESCHERICHIA COLI RFBO113-POSITIVAS ISOLADAS DE MATERIAL FECAL DE BOVINOS SADIOS EM MIRACEMA, RJ.

Matheus-guimarães C (UFF); Barros M.f.l. (UFF); Costa D.s.c.c.h.a. (UFF); Stampe T.l.z.v (UERJ); Carbonari C. (ANLIS); Rivas M. (ANLIS); Andrade J.r.c. (UERJ); Cerqueira A.m.f. (UFF)

Resumo

Introdução: E. coli produtora de toxina Shiga (STEC) é responsável por casos graves em humanos, como síndrome urêmica hemolítica (SUH). Apresentam alta persistência no ambiente e bovinos são o principal reservatório. STEC O113:H21, com alta ocorrência em animais, é associada à SUH; porém, no Brasil, não há casos relatados em humanos. Objetivo: Realizar a caracterização de 29 amostras rfbO113-positivas isoladas de bovinos sadios de Miracema-RJ, avaliando a ocorrência de genótipos potencialmente virulentos e a manutenção do microrganismo no ambiente. Metodologia: Foram realizados ensaios de PCR para genes de virulência (GV) stx1, stx2, stx2c, stx2, stx2d e stx2f, rfbO113, iha, irp2, escC, escJ, astA, cdt-VB, lpfAO113, efa1 5', saa, espP, subA, pilS, toxB, ehxA e etpD; extração plasmidial; testes de fermentação do sorbitol, produção de enterohemolisina e efeito citotóxico em células Vero. Amplificação randômica (RAPD) com dois iniciadores e eletroforese de campo pulsado (PFGE) foram realizadas avaliando a similaridade genética das amostras e sua distribuição e persistência nos animais. Resultados: Todos os isolados foram positivos para GV rfbO113 e lpfO113. Com exceção de quatro amostras, todas foram positivas para stx2 e seis também positivas para stx1, todas apresentando efeito citotóxico. A variante stx2 foi mais freqüente e os GV mais comuns foram iha (82,7%) e ehxA (75,9%). Oito genótipos foram detectados e dois apresentavam 10 GV. O mais freqüente (n=12) apresentou nove GV. Na maioria das amostras, observou-se fermentação de sorbitol (82,7%), produção de enterohemolisina (65,5%) e plasmídio de alto peso molecular (69,9%). O menor índice de similaridade observado foi de 65% (RAPD) e 63% (PFGE). Detectou-se ocorrência de amostras comuns em animais e períodos distintos, inclusive em diferentes propriedades; e presença de estirpes não relacionadas no mesmo animal e período. Amostras com capacidade de persistência e disseminação também apresentaram genótipos com nove ou dez GV. Após a análise conjunta dos resultados 13 amostras distintas foram identificadas. Conclusão: Demonstrou-se que além da elevada ocorrência de genótipos com potencial patogênico para o homem, amostras STEC O113:H21 são capazes de colonizar e persistir em bovinos por longo período ou circular no ambiente.


Palavras-chave:  bovinos, persistência, STEC O113:H21, virulência