25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1294-2


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

DIVERSIDADE DE GENES NIFH NA RIZOSFERA DE DESCHAMPSIA ANTARCTICA DESV. (POACEAE)

Lia Cardoso Rocha Saraiva Teixeira (UFRJ); Raquel Silva Peixoto (UFRJ); Flávia Lima do Carmo (UFRJ); Hugo Emiliano Jesus (UFRJ); Fabiano Balieiro (Embrapa); Alexandre Soares Rosado (UFRJ)

Resumo

Os ciclos biogeoquímicos nos ecossistemas terrestres da Antártica são quase que exclusivamente comandados pela atividade microbiana. Na Antártica, já foi relatado que a maior fonte de nitrogênio no solo seria pela precipitação da amônia nas proximidades de colônias de aves ou pela fixação de N2 pelas cianobactérias. O presente trabalho tem como objetivo detectar a presença de bactérias fixadoras de N por meio do gene nifH na rizosfera de Deschampsia antarctica utilizando a técnica de DGGE. Foram coletadas amostras de D. antarctica em três pontos (B, P e C) da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. Para cada sítio amostrado foram coletados três espécimes de planta e 500 g de solo. Amostras de DNA total foram extraídos das rizosferas utilizando-se o "kit" de extração de DNA para solo FastDNAÒ SPIN Kit for Soil da BIO101. Foi realizada uma nested-PCR e produto final foi submetido a uma eletroforese com gradiente desnaturante de uréia e formamida. O gel foi digitalizado pelo sistema STORM e analisado utilizando o programa Bionumerics. A presença do gene nifH foi detectada em todas as amostras dos pontos B e P. No ponto C não foram visualizadas bandas na amostra de solo e apenas algumas poucas bandas foram detectadas nas amostras de rizosfera. Nesse local há uma grande colônia de pinguins (Pygoscelis adeliae) que aumenta o aporte de matéria orgânica e provavelmente de N disponível para o solo. De acordo com o dendograma gerado, os pontos C e P ficaram agrupados separadamente do ponto B. O ponto P está localizado a 196m de altitude e apenas poucas aves visitam o local. No entanto, há uma grande quantidade de líquens onde crescem os espécimes de D. antarctica e pode ser que as cianobactérias participem ativamente da fixação de N no local, como já descrito na literatura anteriormente. O ponto B, localizado nas proximidades da Estação Antártica Brasileira, apresentou um padrão de bandas mais diverso. Nesse local há uma grande atividade humana, não havendo colônias de animais ou banco de líquens, fatores que podem ter contribuído para uma menor disponibilidade de N e, consequentemente, para a seleção e adaptação de uma maior diversidade de bactérias fixadoras de N em relação aos outros pontos. Análises de quantificação de N e outros nutrientes nos diferentes pontos estão sendo realizadas para correlacionar esses dados aos dados bióticos. Técnicas de PCR em tempo real e clonagem ajudarão a quantificar e identificar essas bactérias e contribuir para um melhor entendimento do ciclo do N na Antártica.


Palavras-chave:  Antártica, Deschampsia antarctica, Fixação de nitrogenio, nifH