25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1291-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

CORINEBACTÉRIAS ISOLADAS DE LESÕES CUTÂNEAS MALIGNAS: DOIS ANOS DE ESTUDOS

Carlos Alberto Sousa Martins (UERJ); Thereza Cristina Ferreira Camello (UERJ); Lucia Maria Dias de Faria (INCA); Monica Cristina Souza (UERJ); Louisy Sanches dos Santos (UERJ); Eduardo Velasco (INCA); Luiz Cláudio Santos Thuler (INCA); Raphael Hirata Júnior (UERJ); Ana Luiza de Mattos Guaraldi (UERJ)

Resumo

Corinebactérias são amplamente disseminadas no ambiente e participam da constituição da microbiota normal da pele e mucosas. O potencial patogênico das corinebactérias tem sido há muito tempo subestimado. Devido ao aumento do número de pacientes imunocomprometidos, algumas espécies de corinebactérias vêm ganhando importância clínica significativa. Contudo, poucos estudos tem descrito espécies de corinebactérias não-diftéricas como patógenos emergentes em pacientes com neoplasias sólidas (tumores), com exceção daqueles que enfatizam a importância de Corynebacterium jeikeium. Recentemente, Corynebacterium striatum foi detectado infectando uma lesão dérmica tumoral. Este trabalho teve como objetivo analisar aspectos clínicos e microbiológicos das infecções por corinebactérias em pacientes com lesões cutâneas neoplásicas. Para tanto foi realizado um estudo revisivo reunindo dados de pacientes com lesões neoplásicas cutâneas apresentando infecções por corinebactérias entre pacientes assistidos pelo Intituto Nacional do Câncer (INCA), Rio de Janeiro. No período de dois anos, onze espécies de corinebactérias foram observadas em 425 amostras isoladas de 315 pacientes com câncer. A espécie prevalente foi C. amycolatum (n= 230/73.0%), seguida por C. pseudodiphtheriticum (n= 39/12.4%), C. jeikeium (n= 13/4.1%), C. minutissimum (n=12/3.8%) C. propinquum (n= 8/2.6%) e outras diversas (n= 13/4.1%). Corinebactérias, à exceção de C. striatum, foram observadas infectando lesões cutâneas de 27 pacientes. C. amycolatum foi a espécie mais isolada (81.5%), seguida por C. jeikeium (11.1%), C. pseudodiphtheriticum e C. minutissimum (3.7%). Para outros 12 pacientes, C. amycolatum (n=9), C. minutissimum (n=2)  e  C. jeikeium (n=1) foram isoladas de feridas cutâneas. Corinebactérias tem sido cada vez mais identificadas como agentes infecciosos em pacientes com câncer. Os resultados revelam uma tendência de corinebactérias para colonizar ou infectar lesões neoplásicas cutâneas principalmente, para espécie C. amycolatum. Apoio financeiro: INCA, CNPq, CAPES, FAPERJ, SR-2/UERJ.


Palavras-chave:  corinebactérias, neoplasias dérmicas, diagnóstico microbiológico, difteróides, câncer