25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1291-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

CORYNEBACTERIUM AMYCOLATUM: INFECÇÕES CRÔNICAS PERSISTENTES E AUMENTO DA RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS BETA-LACTÂMICOS

Carlos Alberto Sousa Martins (UERJ); Lucia Maria Dias de Faria (INCA); Monica Cristina Souza (UERJ); Louisy Sanches dos Santos (UERJ); Luciene de Fátima C Torres (UERJ); Thereza Cristina Ferreira Camello (UERJ); Eduardo Velasco (INCA); Luiz Cláudio Santos Thuler (INCA); Raphael Hirata Júnior (UERJ); Ana Luiza de Mattos Guaraldi (UERJ)

Resumo

Testes de susceptibilidade aos agentes antimicrobianos devem ser realizados para o estabelecimento de terapia específica de infecções causadas por patógenos pertencentes ao gênero Corynebacterium. Estudos prévios demonstraram a resistência a oxacilina para todas as espécies isoladas de pacientes com câncer no INCA-Rio de Janeiro. Variações nos perfis de resistência para as diversas classes de antimicrobianos a exceção da vancomicina, enfatizam a necessidade de um contínuo monitoramento das amostras durante o diagnóstico e o tratamento de infecções em pacientes portadores de neoplasias. Atualmente tem sido descrito um número crescente de casos de infecções pelo Corynebacterium amycolatum com elevada taxa de morbidade e mortalidade. Amostras multiresistentes foram isoladas de pacientes com quadros infecciosos sistêmicos diversos incluindo os transplantados, os submetidos a diálise  peritoneal  e os leucêmicos. Em estudo retrospectivo de dois anos, a análise do perfil de susceptibilidade das amostras de C. amycolatum isoladas processos infecciosos de pacientes com cancer (casos índice e reinfecção) foi realizada pelo método de disco-difusão. Os maiores índices de resistência foram observados para ceftazidima (91,2%) e oxacilina (91,6%) seguidos de cloranfenicol (62,6%), eritromicina (46,6%), penicilina (31,8%) e ampicilina (31%). Os microrganismos também apresentaram resistência aos aminoglicosídeos tobramicina e amicacina nas proporções de 36,8% e 26,2%, respectivamente. No grupo dos beta-lactâmicos, a resistência a ceftriaxone (18,9%), cefazolina (15%) e imipenem (14,9%) foi considerada menos expressiva. Interessantemente, as análises relativas aos casos índice/reinfecção demonstraram aumento significativo da resistência a cefepima (x2= 32,74; p <0,0001).  Também foi detectado aumento estatisticamente não significativo da resistência a amicacina e a ciprofloxacina (x2= 2,52; p= 0,1124 e x2= 2,52; p= 0,1122, respectivamente). Deste modo, os dados indicam que amostras clínicas de C. amycolatum podem causar infecões crônicas persistentes em pacientes com câncer, além de serem capazes de adquirir resistência aos antimicrobianos, particularmente aos beta-lactâmicos. Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPERJ, SR-2/UERJ.


Palavras-chave:  Corynebacterium amycolatum, infecções crônicas, resistência a antimicrobianos, beta-lactâmicos