INCIDÊNCIA DE SALMONELLA E E. COLI EM GOIABA BRANCA 'KUMAGAI' E EFEITO DE TRATAMENTOS ALTERNATIVOS NO CONTROLE DESSES MICRORGANISMOS

Ana Carolina Bortolossi Rezende (ITAL); Maria Fernanda Penteado Moretzohn de Castro (ITAL); Patrícia Cia (IAC); Eliane Aparecida Benato (ITAL)

A goiaba é uma fruta que se encontra em crescente expansão na fruticultura brasileira, tendo o Estado de São Paulo como o segundo maior produtor com 120 mil toneladas. Por ser uma fruta bastante frágil, é facilmente danificada por manuseio inadequado durante e após a colheita. Os danos mecânicos, além de depreciarem a aparência da fruta, constituem em porta de entrada para patógenos. Sabe-se que produtos vegetais in natura podem veicular microrganismos patogênicos que podem causar doenças no homem, sendo os responsáveis por surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). Embora qualquer patógeno possa ser um problema potencial nesses produtos,  E. coli patogênicas e Salmonella spp têm grande relevância em saúde pública. A contaminação potencial por esses patógenos em frutas é possível devido à contaminação cruzada e falta de boas práticas agrícolas durante o cultivo, colheita, manuseio e distribuição. A maioria dos estudos que envolvem essa fruta são voltados para a antracnose, sendo escassas informações sobre a ocorrência destes patógenos em goiabas. Deste modo, os objetivos do presente estudo foram verificar a incidência de Salmonella e E. coli em goiabas brancas ‘Kumagai’ coletadas no campo e no varejo na região de Campinas, SP, bem como, o efeito de métodos alternativos de descontaminação (etanol, ácido acético e tratamento térmico) na redução da contagem destes microrganismos. Frutos previamente inoculados foram imersos em solução de ácido acético na concentração de 500µL/L por 2 min., em solução com etanol na concentração de 50% por 2 min., em água aquecida a 50ºC por 10 min. e submetidos ao tratamento combinado (etanol e ácido acético) por 2 min. Nenhuma das 300 amostras de frutos coletados apresentou Salmonella spp. Contagens inferiores a 1,70 log UFC/fruta foram obtidas para E. coli. Os tratamentos que apresentaram melhores resultados foram o hidrotérmico, seguido do combinado e etanol, os quais reduziram as contagens de E. coli em 1,95; 1,77 e 1,81 ciclos log e de S. Enteritidis em 2,20; 2,30 e 2,20 ciclos log, respectivamente. Concluímos que os métodos avaliados podem ser alternativas interessantes na redução e/ou eliminação dos microrganismos estudados.