25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1285-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PREVALÊNCIA E SUSCETIBILIDADE AOS ANTIBIÓTICOS DE ENTEROCOCCUS SPP. ISOLADOS DA CAVIDADE BUCAL HUMANA

Bruno Mello de Matos (FOSJC/UNESP); Edson Yukio Komiyama (FOSJC/UNESP); Felipe Eduardo de Oliveira (FOSJC/UNESP); Cínthia Gomes Yassuda (FOSJC/UNESP); Laura Soares Souto Lepesqueur (FOSJC/UNESP); Graziella Nuernberg Back-brito (FOSJC/UNESP); Ivan Balducci (FOSJC/UNESP); Cristiane Yumi Koga-ito (FOSJC/UNESP)

Resumo

Enterococcus spp. são bactérias entéricas, normalmente isoladas de amostras de fezes e na microbiota intestinal de humanos e animais. E. faecalis são relatados como capazes de causar infecções potencialmente fatais. Na década de 90, tornaram-se um dos patógenos hospitalares mais temidos, uma vez que muitas cepas apresentaram-se resistentes a vários antibióticos convencionais, sendo uma das principais causas de infecções nosocomiais nos EUA e França, representando de 67 a 90% dos casos. Enterococcus spp. são considerados microrganismos oportunistas e sua presença na cavidade bucal pode ser um fator de risco para doenças sistêmicas. Assim o estudo desta prevalência em grupos com doenças debilitantes é de extrema importância. Na literatura, no entanto, não existem dados a respeito da prevalência de Enterococcus spp. na cavidade bucal de indivíduos controle. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e suscetibilidade aos antibióticos de Enterococcus spp. isolados da cavidade bucal de indivíduos (n=240) de diferentes faixas etárias (4 a 11, 12 a 17, 18 a 29, 30 a 59 e acima de 60 anos). Foram excluídos indivíduos diabéticos, gestantes, fumantes, edêntulos totais, indivíduos sob tratamento com fármacos que interfiram sobre o fluxo e composição salivar, pacientes usuários de prótese total, prótese parcial removível ou aparelhos ortodônticos, indivíduos que tenham sido submetidos à antibioticoterapia ou utilizado antiséptico nos últimos 45 dias. Amostras foram coletadas por enxagüe bucal e isolamento utilizando ágar Enterococcosel. Os isolados foram identificados pelo sistema API 20 Strep e avaliação da suscetibilidade aos antibióticos pela metodologia de diluição em ágar CLSI (2003). Considerando a população total (n=240), foram observados 16,6% dos indivíduos positivos para Enterococcus spp. na cavidade bucal com média de 121,73 UFC/ml. Maior número de pacientes acima de 35 anos foram positivos. Observou-se diferença entre as contagens de enterococos dos grupos estudados (p=0,0019). O teste de Dunn indicou diferença entre o grupo de 12-17 anos em relação aos grupos 30-59 anos (p=0,0004) e acima de 60 anos (p=0,004). Não foi observada diferença estatisticamente significante entre as medianas de UFC/ml para os gêneros masculino e feminino (p=0,3645). Foi observada maior prevalência de E. faecalis em todos os grupos etários (p=0.000). Do total de isolados, 12% foram resistentes à vancomicina, 16% à amoxicilina, 54% à tetraciclina, 18% à ampicilina, 20% ao cloranfenicol e 46% à eritromicina.

Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Palavras-chave: antibacterianos, boca, Enterococcus, epidemiologia.


Palavras-chave:  Agentes Antibacterianos, Boca, Enterococcus, Epidemiologia