25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1266-1


Área: Micobacteriologa ( Divisão C )

AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE REDUÇÃO DO SAL DE TETRAZOL XTT NA DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE BACILOS VIÁVEIS PRESENTES NA VACINA BCG EMPREGADA NO BRASIL.

Maria Esther Magalhães Machado Tonus (INCQS / FIOCRUZ); Eliana Pereira Duarte (INCQS / FIOCRUZ); Antonio Carlos Gaspar de Vasconcellos (INCQS / FIOCRUZ); Maria Regina Branquinho (INCQS / FIOCRUZ); Celia Maria Carvalho Pereira Araújo Romão (INCQS / FIOCRUZ)

Resumo

A quantidade de bacilos viáveis presentes na vacina BCG é um importante requisito de qualidade deste produto, fazendo parte do controle exigido pela Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) do Ministério da Saúde. Este controle objetiva a avaliação da viabilidade dos bacilos no produto final, a estabilidade da vacina após stress  térmico (termoestabilidade), além de permitir o monitoramento da consistência da produção. A contagem de colônias em meio sólido é o método oficial recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pela Farmacopéia Brasileira para a determinação da viabilidade do BCG. A difícil dispersão do bacilo e seu crescimento lento conferem limitações ao método convencional como a variabilidade dos resultados, a baixa reprodutibilidade e o prolongado tempo de análise. Este trabalho avaliou a técnica de redução do sal de tetrazol XTT como método alternativo para a determinação do número de viáveis em vacinas produzidas com BCG Moreau-RJ. O XTT é reduzido em formazana por ação enzimática das células metabolicamente ativas e a sua dosagem feita em leitor de ELISA. Por tratar-se de uma medida metabólica, a dosagem da formazana produzida proporcionalmente a respiração celular é um melhor indicador da viabilidade dos bacilos quando comparado aos métodos que dependem do cultivo e multiplicação celular. Foi demonstrada a linearidade da técnica em 3, 24 e 48 horas de incubação e em diferentes concentrações de XTT. Os melhores ajustes lineares foram obtidos quando se empregou o XTT a 1 mg/mL abrangendo concentrações de 2 a 16 x 106 UFC/mL e fornecendo um coeficiente de determinação (R2) de 0,99 em conformidade com a resolução No. 899/2003 da ANVISA referente a validação de métodos bioanalíticos. A considerável redução do tempo de ensaio de 4 semanas para 3 a 48 horas, o relativo baixo custo, a facilidade de execução da técnica e os resultados obtidos são fortes incentivos a continuação dos estudos de validação da redução do XTT para a determinação da viabilidade do BCG como método alternativo ao convencional de contagem de colônias em Lowenstein-Jensen. A sensibilidade da técnica poderá ser aprimorada mediante o ajuste da concentração do sal e a adequação do diluente  em pregado no ensaio permitindo a extensão da faixa de trabalho com a abrangência e detecção de menores concentrações do bacilo.      


Palavras-chave:  BCG, VACINA, XTT