25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1261-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS E PRESENÇA DO GENE MECA EM STAPHYLOCOCCUS SP E STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA) ISOLADOS DE QUEIJO MINAS FRESCAL

Juliana de Castro Beltrão da Costa (INCQS/ FIOCRUZ); Neide Hiromi Tokumaru Miyazaki (INCQS/ FIOCRUZ); Victor Augustus Marin (INCQS/ FIOCRUZ)

Resumo

A elaboração de queijos constitui uma das mais importantes atividades das indústrias de laticínios, sobretudo no Brasil, onde o tipo de maior consumo é o Minas frescal. Estudos indicam que  microrganismos isolados de alimentos nas últimas décadas têm apresentado um considerável aumento de resistência para a maioria dos antibióticos, inclusive à meticilina. Fato preocupante refere-se também à venda e ao consumo de leite e produtos lácteos não pasteurizados e/ ou que entraram em contato durante sua produção com manipuladores de alimentos portadores de Staphylococcus, que podem expor os consumidores em contato com Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) e também às espécies de Staphylococcus coagulase negativas, apresentado múltipla resistência a agentes antimicrobianos incluindo o gene mecA, que é relacionado a resistência a meticilina. Os objetivos deste estudo foram o de determinar o perfil de suscetibilidade de Staphylococcus spp. isolados de queijo Minas frescal em relação a 17 antibióticos pelo teste de difusão em ágar de acordo com as normas do Clinical and Laboratory Standard Institute (CLSI) e verificar a presença do gene mecA através da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Foram analisadas 93 cepas isoladas de 30 amostras de queijo Minas, sendo que 13 isolados (14%) foram sensíveis a todos os antibióticos testados e 80 (86%) resistentes a pelo menos um dos antibióticos. Vinte e três (24,5%) dos 93 isolados apresentaram o gene mecA e dentre eles 10 (10,6%) foram resistentes à oxacilina e 13 (13,8%) sensíveis. Setenta isolados (74,5%) não possuiam o gene mecA, sendo que 65 deles (69,1%) eram suscetíveis à oxacilina e 5 (5,3%) se mostraram resistentes a esse antibiótico. Este estudo mostra que cepas de MRSA e de Staphylococcus coagulase negativas resistentes à meticilina podem colonizar os queijos Minas frescal e que portanto, deve-se buscar informações detalhadas sobre a transmissão dessas bactérias através desses alimentos a fim de fornecer dados para a realização de uma avaliação de risco e de esclarecer melhor sobre o possível perigo para a saúde dos consumidores devido a presença de espécies de Staphylococcus em queijo. 


Palavras-chave:  Staphylococcus, MRSA, QUEIJO MINAS FRESCAL