25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1258-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PERFIL DE SUSCETIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS, IDENTIFICAÇÃO DOS SOROTIPOS E INCIDÊNCIA DE COLONIZAÇÃO POR S. AGALACTIAE EM UMA COORTE DE GESTANTES HIV+

Ana Caroline Nunes Botelho (IMPPG/UFRJ); Maria Isabel Gouvêa (HSE/RJ); Armando Alves Borges Neto (IMPPG/UFRJ); Sergio Eduardo Longo Fracalanzza (IMPPG/UFRJ); Leon Claude Sidi (HSE/RJ); Plínio T Berardo (HSE/RJ); Caio A S Rodrigues (HSE/RJ); Maria José Souza (HSE/RJ); Beatriz Grinsztejn (HSE/RJ); Esaú Custódio João (HSE/RJ)

Resumo

 

Streptococcus agalactiae (EGB) é um importante agente etiológico de septicemia, meningite e pneumonia em neonatos e de infecções em gestantes.  Causa também um número crescente de quadros infecciosos em adultos com condições predisponentes. A implementação do rastreamento pré-natal (35-37 semanas) em gestantes e o uso de profilaxia antibiótica no período intraparto reduziram substancialmente a incidência das infecções neonatais em países desenvolvidos. Pouco se conhece da epidemiologia destas infecções em gestantes HIV positivas. O acompanhamento de pacientes gestantes soropositivas em centros de referência tem contribuído significativamente para a redução da transmissão materno-fetal do HIV, assim como para a redução de outras morbidades associadas à gravidez. Sendo assim, o objetivo deste estudo é determinar a incidência de infecção, assim como o perfil de susceptibilidade antimicrobiana e ocorrência dos sorotipos de EGB em uma coorte de gestantes HIV+. De novembro de 2008 à julho de 2009, swabs vaginais e retais foram coletados de 96 gestantes HIV+, com 35-37 semanas de gestação e cultivados em caldo Todd-Hewitt seletivo e, em seguida, em ágar-sangue. Das 96 gestantes, 29 (30%) foram colonizadas por EGB, das quais 22,1% eram colonizadas somente na vagina, 2,4% somente no ânus e 6,3% em ambos os sítios. O teste de susceptibilidade aos antimicrobianos foi realizado através de disco difusão, de acordo com o CLSI, e através da determinação da concentração mínima inibitória, por método automatizado. Todas as amostras foram sensíveis a ampicilina, cefotaxima, levofloxacina e cloranfenicol. Três (8%) amostras foram resistentes à eritromicina (CMI ≥4µg/ml) e uma (2,7%) à clindamicina (CMI>2µg/ml). Duas amostras apresentaram o fenótipo M e uma o fenótipo MLSB constitutivo. A tipificação sorológica de 22 amostras foi realizada empregando-se anti-soros tipo-específicos. O sorotipo mais freqüente foi Ia (40,9%), seguido dos tipos II (18,2%), III e V (13,6% cada), Ib (9%) e IV (4,5). Estes achados evidenciam uma alta taxa de colonização por S.agalactiae em gestantes HIV+, assim como uma taxa de resistência importante para eritromicina e clindamicina. O conhecimento adquirido pela vigilância periódica das características biológicas das amostras circulantes em diferentes coortes é importante para basear medidas mais adequadas de controle e tratamento.


Palavras-chave:  PACIENTES HIV +, S. agalactiae, Sorotipagem