25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1256-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )


ESTUDO IN VITRO DA INFECÇÃO DE MACRÓFAGOS MURINOS POR CEPAS DE PAECILOMYCES LILACINUS PROVENIENTES DE DISTINTAS FORMAS CLÍNICAS DE HIALOHIFOMICOSE.


Érika Peixoto (LIC - IOC - Fiocruz); Vanessa Diniz (LBE - IOC - Fiocruz); Suzana Corte-real (LBE - IOC - Fiocruz); Cintia Borba (LTBBF-IOC - Fiocruz); Paulo Antas (LIC - IOC - Fiocruz)

Resumo

Paecilomyces lilacinus (Thom) Samson 1974 é um fungo filamentoso, assexuado e hialino, um dos agentes causais da hialohifomicose. À temperatura ambiente cresce rapidamente apresentando colônia flocosa ou algodonosa com micélio aéreo, inicialmente branco e após a esporulação assumindo cor rosa à violeta formando, ocasionalmente, sinêmios. Essa espécie está amplamente distribuída pelo mundo e é encontrada, principalmente, como saprófita no solo, no ar e em vegetais em decomposição. Apesar de sua aparente virulência moderada, P. lilacinus é considerado um importante oportunista humano emergente, afetando crianças e adultos imunocompetentes e imunocomprometidos. Os fatores predisponentes são neutropenia, terapia com corticosteróides, quimioterapia citotóxica, doença granulomatosa crônica, e síndrome da imunodeficiência adquirida. Neste estudo utilizamos 3 cepas de P. lilacinus provenientes de distintos casos clínicos humanos para desafiarem macrófagos murinos, que são as primeiras células do hospedeiro a entrar em contato com o fungo. Os conídios de P. lilacinus foram isolados a partir do crescimento fúngico em meio BDA, à temperatura ambiente, por 10 a 12 dias. Macrófagos peritoneais de camundongos C57BL/6 e a linhagem macrofágica J774 foram infectados in vitro com os conídios na proporção de 2:1. Após infecção, em tempos diferentes de incubação, as células foram coradas com “Wright-Giemsa” para visualização por microscopia óptica, marcadas e processadas para posterior análise por citofluorimetria de fluxo e microscopia eletrônica, respectivamente. Ademais, os sobrenadantes das respectivas culturas foram coletados para ensaios da função imune por ELISA e zimografia. Após a fase de adesão das células fúngicas aos macrófagos (30 min de incubação), observou-se que a quantidade de conídios no interior dos fagócitos foi aumentando gradativamente ao longo do período de incubação (2 a 6h). A partir desse momento, tubos germinativos foram produzidos pelos conídios, sugerindo metabolismo ativo por parte do fungo (14h de incubação). Com 24h de incubação já foram observadas hifas septadas que se ramificaram no interior dos macrófagos terminando por destruí-los (48h de incubação). Semelhantes resultados foram encontrados para as 3 cepas testadas, entretanto, os macrófagos peritoneais foram mais sensíveis ao fungo que os macrófagos de linhagem. Estudos são necessários para comprovar estes achados e ainda correlaciona-los aos parâmetros imunológicos.

Apoio: IOC/Fiocruz & PAPES V/CNPq


Palavras-chave:  HIALOHIFOMICOSE, PAECILOMYCES LILACINUS, MACRÓFAGOS PERITONEAIS, INFECÇÃO IN VITRO, FUNGO