25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1253-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ESTUDO COMPARATIVO DA AÇÃO ESPORICIDA DO ÁCIDO PERACÉTICO E DO GLUTARALDEÍDO

Hindy Ribeiro (UFPR); Kátia Gobbo dos Santos (UFPR); Belquis P. Guizelini (UFPR); Regina E.ferreira Dlugokenski (CPPI/SESA-PR); Sandra Regina B.ruíz Sella (CPPI/SESA-PR)

Resumo

O O

O ácido peracético possui rápida ação esporicida e a vantagem de formar resíduos não tóxicos (ácido acético, água e oxigênio). Tem ação oxidativa, desnaturando proteínas e outros metabólitos, mantêm-se ativo em presença de matéria orgânica e penetra em biofilmes. O glutaraldeído tem sido utilizado como esterilizante químico, é esporicida em soluções alcalinas  (pH 7,5 - 8,5), ativo em presença de matéria orgânica e não tem ação corrosiva em metais e borrachas. Atua pela alteração do RNA, DNA e da síntese protéica. A primeira etapa deste estudo foi comparar a efetividade do ácido peracético (mistura estabilizada de ácido peracético 0,2%, peróxido de hidrogênio a 7%, ácido acético, adjuvante anticorrosivo, estabilizante e água)  e do glutaraldeído 2,0% como esporicida, por meio de testes de  concentração inibitória mínima (CIM), utilizando-se o método clássico de diluição seriada. Os produtos foram testados em triplicata frente a três lotes distintos de suspensões de esporos de Bacillus atrophaeus ATCC 9372 e Geobacillus stearothermophillus ATCC 7953, com concentrações entre 106 e 108 UFC.mL-1, utilizando o caldo de soja tripticaseína (TSB) como meio de cultura. Com base nestes resultados, foi realizado teste de superfície para o ácido peracético, por meio da inoculação de esporos na bancada de inox  de um fluxo laminar. Foram usados  moldes circulares de 24 cm2 para delimitar a superfície estudada. Depois do inóculo secar, o esporicida foi  aplicado e após 10, 20, 40, 60 e 120 min de exposição,  foi utilizado swab para a recuperação dos esporos sobreviventes, seguido de cultivo em TSB. Nos estudos realizados com o ácido peracético, foram obtidos valores de CIM entre 0,07% (1/256) a 0,63% (1/32) para o Bacillus atrophaeus e 0,31% (1/64) a 0,63% (1/32) para o Geobacillus stearothermophilus. Com o glutaraldeído os resultados para a CIM  foram de 1% (1/2) a 2%  (puro) para os ambos os microorganismos avaliados. No teste de superfície  utilizando-se o ácido peracético como agente esporicida, observou-se que 40 minutos foi o tempo mínimo de exposição que não apresentou crescimento microbiano em nenhum dos testes realizados. Portanto, neste tempo e nas condições estudadas, o ácido peracético mostrou-se eficaz na eliminação de esporos em superfícies.


Palavras-chave:  Ácido peracético, Esporicida, Estrilizante quimico, Glutaraldeido