25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1243-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

SUSCEPTIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS EM CEPAS DE LISTERIA MONOCYTOGENES ISOLADAS DE ORIGEM HUMANA

Cristhiane Moura Falavina dos Reis (FIOCRUZ); André Victor Barbosa (FIOCRUZ); Leonardo Alves Rusak (FIOCRUZ); Ernesto Hofer (FIOCRUZ); Deyse Christina Vallim (FIOCRUZ)

Resumo

O gênero Listeria encontra-se amplamente distribuído na natureza, inclusive no trato intestinal de seres humanos e animais tendo como principal mecanismo de transmissão os alimentos, razão pela qual a listeriose esta enquadrada nas doenças de transmissão alimentar (DTA). A utilização de antimicrobianos gerou grande otimismo em relação à prevenção e ao tratamento dos processos infecciosos contra bactérias tanto Gram positivas, como Gram negativas, porém o uso excessivo de antibióticos no tratamento das doenças de humanos e animais acelerou a emergência da resistência bacteriana a antimicrobianos. Nosso objetivo foi avaliar o problema da susceptibilidade aos antimicrobianos de amostras humanas de L. monocytogenes isoladas em diferentes décadas e regiões do país, visando caracterizar essa situação em nosso meio. Foram analisadas 66 cepas, isoladas de líquido cefalorraquidiano e hemocultura no período entre 1970-2007, pertencentes ao Laboratório de Zoonoses Bacterianas/LABZOO/Fiocruz. O sorovar 4b foi o mais prevalente (56%), seguido do sorovar 1/2b (32%) e 1/2a (12%). A técnica de PCR foi utilizada para confirmar a identificação bioquímica e sorológica com os marcadores de gênero (23S rDNA) e espécie (hly) e os iniciadores D1 e D2 para a confirmação sorológica. A susceptibilidade aos antimicrobianos testados foi determinada através dos critérios estabelecidos por Soussy (1994) e a concentração mínima inibitória através do E-Test. Todas as amostras foram sensíveis à ampicilina, cefalotina, eritromicina, gentamicina, teicoplanina e vancomicina. Apenas uma cepa (1,5%) apresentou resistência à rifampicina, enquanto duas (3%) foram resistentes a associação de sulfametoxazol-trimetoprim. Até o presente momento, uma combinação de ampicilina e gentamicina têm sido usada com sucesso na terapêutica da listeriose, com raros relatos na literatura da emergência de cepas clínicas resistentes à ampicilina e gentamicina. Conquanto não se trata de um problema similar que ocorre nas outras infecções por bactérias Gram positivas, salienta-se que o sistema de monitoramento da susceptibilidade antimicrobiana de isolados humanos e de alimentos de L. monocytogenes deverá ser uma medida rotineira, tendo em vista o potencial patogênico da bactéria.


Palavras-chave:  Listeria monocytogenes, e-test, resistencia, susceptibilidade antimicrobianos