25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1242-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

ISOLAMENTO DE MYCOPLASMA SPP. EM PINGUINS DE MAGALHÃES NO RIO DE JANEIRO.

Livia Dias Cavalcante de Souza (UFF); Maria Lúcia Barreto (UFF); Elmiro Rosendo do Nascimento (UFF); Virginia Léo de Almeida Pereira (UFF); Carlos Augusto de Martino Campos (UFF)

Resumo

Os pingüins de Magalhães são aves marinhas encontradas na Patagônia, Ilhas Malvinas e Sul da África. Todos os anos, devido a sua necessidade alimentar, os mais jovens vão atrás de cardumes e por causa das inúmeras correntes marítimas, acabam chegando à costa brasileira. Essas aves chegam, debilitadas, necessitando de ajuda. Em diversas espécies de aves, as condições de estresse favorecem o desenvolvimento de micoplasmose e podem provocar doença respiratória e articular. O Mycoplasma sphenisci sp foi isolado da cavidade nasal de um pingüim africano (Sphenicus demersus) com doença respiratória.  O objetivo deste estudo foi investigar a presença de organismos do gênero Mycoplasma spp. em pingüins capturados em praias do Estado Rio de Janeiro, sem sintomas de doença respiratória e assistidos pela Fundação Zoológico de Niterói-RJ, ZOONIT. Amostras de orofaringe de 20 pingüins foram coletadas com suabes.  Os espécimes foram diluídos, semeados em meio “Frey”, líquido e sólido, e incubados a 37ºC. As placas foram observadas para a verificação do crescimento de colônias típicas de micoplasmas, na forma de "ovo frito". As amostras crescidas em meio líquido foram analisadas pela PCR. As placas contendo colônias foram submetidas a imunoperoxidase indireta utilizando-se anti-soros para diferentes espécies de micoplasmas aviários. Das amostras testadas, 20% (04/20) tiveram isolamento positivo para Micoplasma spp. Em meio líquido, os isolados, hidrolizavam a arginina. As amostras submetidas à detecção de Mycoplasma spp. pela PCR com “primers” genéricos foram positivas.  Foi verificada, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, a presença de microorganismos do gênero Mycoplasma spp. em pinguins de Magalhães que embora debilitados não apresentavam sintomas de micoplasmose. Mesmo não tendo sido possível caracterizar a espécie isolada, este achado demonstra a presença de micoplasmas na microbiota da orofaringe de pingüins, o que justifica a investigação, uma vez que já foi comprovado que a presença desses microorganismos associada a outros fatores predisponentes podem desencadear doença e comprometer o manejo e a preservação dos pingüins.


Palavras-chave:  Conservação, Isolamento, Micoplasma, PCR, Pinguim