25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1239-1


Área: Virologia ( Divisão P )

PESQUISA DE ANTICORPOS EM SORO DE CÃES ANTIVÍRUS INFLUENZA A DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM HUMANOS: H1N1, H2N2 E H3N2.

Andressa Marttorelli (UENF); Carlos Eurico Pires Ferreira Travassos (UENF); Luz Alba Maria Garcete Fornells (UFRJ); Claudia Maria Costa de Almeida (UENF); Jose Nelson Santos Silva Couceiro (UFRJ); Claudio de Moraes Andrade (UFRJ)

Resumo

Os vírus influenza A têm sido isolados de uma grande variedade de espécie animais, incluindo, suínos, eqüinos, aves domésticas e selvagens, baleias, focas e humanos.

Transmissões inter-espécies desses vírus, embora raras, têm sido relatadas e isso é um fato crucial na ecologia e epidemiologia dos vírus influenza.

Exemplos de transmissões inter-espécies incluem infecções diretas de aves para humanos do H5N1 na Ásia, bem como a infecção de cães e gatos que ingeriram carcaça de aves mortas pelo H5N1.

Historicamente infecções em cães por vírus influenza não eram consideradas. No entanto, a partir de 2004, alguns trabalhos têm sugerido essa espécie como possível membro na cadeia epidemiológica do vírus.

Em cães, o primeiro relato de transmissão inter-espécies ocorreu na Flórida pelo H3N8 de origem eqüina. Da mesma forma, um estudo sem precedentes na literatura reportou a transmissão do subtipo de vírus influenza A (H3N2) aviário em cães na Coréia do Sul.

Anteriormente a esses estudos, um trabalho na Índia em 1970 demonstrou que cães podem ser experimentalmente infectados pelo subtipo A H3N2 humano.

Todos esses relatos são preocupantes pois a estreita relação entre cães e humanos e, também, a capacidade de adaptação desses vírus levantam a hipótese da participação do cão na transmissão dos vírus influenza A para outras espécies, inclusive os humanos, possibilitando a evolução de novas cepas.

Diante dessa situação, foi realizado um inquérito sorológico em cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro frente aos vírus influenza A de maior circulação em humanos, notadamente os subtipos H1N1 e H3N2. Também foram testados contra o subtipo aviário H2N2.

Dos 57 soros analisados pela prova de inibição da hemaglutinação (HI) frente aos 3 subtipos ,10 foram positivos para o subtipo H1N1, 7 para o subtipo H2N2 e 42 foram positivos para o subtipo H3N2, com títulos de anticorpos variando de 1/10 a maior que 1/640. Vale ressaltar que, alguns soros reagiram a mais de um subtipo, incluindo o subtipo aviário  H2N2.

A vigilância sorológica e virológica é importante para o acompanhamento da evolução da influenza canina, dos efeitos nos cães, bem como a possível transmissão a outras espécies, incluindo humanos. Esses resultados preliminares abrem uma discussão sobre a importância dos cães na epidemiologia dos vírus influenza A.


Palavras-chave:  Cães, Sorologia, Vírus influenza A