25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1238-1


Área: Microbiologia Geral ( Divisão H )

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE INIBITÓRIA DE SCLEROTINIA SCLEROTIORUM POR STREPTOMYCES SP.

Adriana Machado Fróes (UFRJ); Rodrigo Fonseca de Souza (UFRJ); Ludymila de Almeida Vieira (UFRJ); Rosangela Maria de Araújo Soares (UFRJ); Rosalie Reed Rodrigues Coelho (UFRJ)

Resumo

Sclerotinia sclerotiorum é um fitopatógeno de solo, cosmopolita e agressivo, que ataca mais de 400 espécies de plantas. O controle dessa fitopatógeno é bastante dificultado devido a seu vasto número de hospedeiros e à persistência de escleródios no solo por longos períodos. Devido aos efeitos tóxicos dos fungicidas no meio ambiente, os agentes de controle biológico se tornaram uma alternativa adequada para o controle de fungos fitopatogênicos. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo selecionar um estreptomiceto como agente biocontrolador de S. sclerotiorum. Foram utilizadas 9 estirpes de Streptomyces sp. isoladas de solo de cerrado e Mata Atlântica. A seleção da estirpe foi realizada através de confronto direto em meio sólido, e aquelas que apresentaram as maiores zonas de inibição, foram crescidas por 5 dias em meio TLE contendo micélio seco de S. sclerotiorum. A atividade quitinolítica foi determinada diariamente através de substratos fluorogênicos específicos. A atividade antifúngica da estirpe selecionada também foi determinada através da inoculação dos escleródios em meio sólido BDA após co-cultivo entre S. sclerotiorum e Streptomyces sp. 80. O efeito in vivo do actinomiceto sobre o escleródio foi avaliado em caixas gerbox contendo substrato comercial esterilizado e inoculado com o Streptomyces sp. 80. Através do confronto direto, 4 estirpes foram selecionadas por apresentarem maior zona de inibição. Dentre estas, a estirpe Streptomyces sp. 80 foi escolhida como promissora, sendo a única capaz de inibir o fungo de maneira irreversível, e ter apresentado atividade quitinolítica mais elevada. Alterações morfológicas das hifas do fitopatógeno foram observadas após co-cultivo com o Streptomyces sp. 80. Além disso, 25% dos escleródios apresentaram uma nítida degradação na estrutura da camada externa, com remoção de melanina e 67% dos escleródios se mostraram inviáveis no teste in vivo. A partir dos resultados obtidos sugere-se que o Streptomyces sp.80 seja um potencial agente de biocontrole do fitopatógeno S. sclerotiorum. No entanto, testes adicionais são necessários para confirmar essa suposição.

APOIO: CNPq, FAPERJ


Palavras-chave:  Streptomyces, Sclerotinia sclerotiorum, biocontrole