25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1223-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

DETECÇÃO DA CAPACIDADE XILANOLÍTICA POR FUNGOS ENDOFÍTICOS DE FOLHAS DE CALOTROPIS PROCERA (ALGODÃO-DE-SEDA) E PLECTANTHRUS BARBATUS (BOLDO-BRASILEIRO)

Paula Tomiya (UFPE); Lidiane Roberta Silva (UFPE); Stheffânia Genú (UFPE); Tatianne Nascimento (UFPE); Cristina Souza-motta (UFPE)

Resumo

A parede celular dos vegetais superiores é constituída principalmente por celulose, pectina e hemiceluloses, dentre estas últimas destaca-se a xilana. Os fungos são organismos adaptados a sobrevivência em inúmeros ambientes e substratos, habitando inclusive tecidos internos de vegetais como Calotropis procera (algodão-de-seda) e Plectanthrus barbatus (boldo-brasileiro), sendo denominados endofíticos quando colonizam os tecidos sadios de partes aéreas das plantas em algum tempo do ciclo de vida, sem causar danos aparentes. Para nutrição os fungos liberam enzimas sobre o substrato a ser absorvido, dentre as enzimas destacam-se as xilanases que podem ser aplicadas no branqueamento de polpa e papel, além de serem utilizadas em indústria de bebidas para clarificação de vinhos e sucos e em indústrias de rações animais. Esse trabalho teve o objetivo de caracterizar fungos endofíticos de folhas de C. procera e P. barbatus, quanto à capacidade de degradar xilana. De C. procera foram testados 11 isolados pertencentes a seis espécies: Botrytis ricini (2), Cladosporium cladosporioides (1), C. oxysporum (1), Fusarium oxysporum (2), Monodisma fragilis (2), Pithomyces maydicus (3). De P. barbatus foram testados oito isolados pertencentes a cinco espécies: Colletotrichum gloeosporioides (2), Guignardia bidwelli (2), Phomopsis stipata (2) e Verticillium lecanii (2). Todos os isolados foram procedentes da Coleção de Culturas – Micoteca URM da UFPE. A capacidade xilanolítica foi detectada através do método de screening em meio sólido, contendo xilana como única fonte de carbono. Fragmentos das culturas com sete dias de crescimento em meio ágar BDA foram transferidas para o centro da placa com meio de xilana e incubadas a 40ºC por 5 dias. Após incubação a degradação da xilana foi observada através da adição da solução de Vermelho Congo sobre as culturas e posterior lavagem com NaCl, sendo observado halo amarelado ao redor das colônias. Dentre os fungos testados apenas Botrytis ricini não apresentou capacidade xilanolítica, o que indica que fungos endofíticos podem ser promissores para a produção de xilanases com aplicação biotecnológica e que para colonizar os tecidos vegetais, estes fungos provavelmente produzem a xilanase devido a presença de xilana na parede celular vegetal. São indicadas espécies de fungos endofíticos para estudos da otimização da produção de xilanase.


Palavras-chave:  Fungos, Endofíticos, Xilanase, Calotropis procera, Plectanthrus barbatus